Participou do primeiro time titular e marcou o primeiro gol da história do Atlético Mineiro

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Participou do primeiro time titular e marcou o primeiro gol da história do Atlético Mineiro

Aníbal Machado (Sabará, 9 de dezembro de 1894 – Rio de Janeiro, 20 de janeiro de 1964), escritor, futebolista, professor e homem de teatro brasileiro.

Aníbal Machado foi também jogador de futebol, e participou do primeiro time titular do Clube Atlético Mineiro, em 1909, entrando para a história do clube por ter marcado o primeiro gol da história do Atlético Mineiro. Jogou por três anos, até se formar em Direito, participando também da diretoria do clube.
(Fonte: Veja, 8 de fevereiro de 1978 – Edição n° 492 – LITERATURA/MEMÓRIA – Pág; 30)

Aníbal Machado, um escritor que mereceu o Rio que viveu

Aníbal Machado, escritor, 13 livros e centenas de amigos, um homem de rara humanidade e autor das mais belas e poéticas páginas da literatura nacional. É lembrado até hoje por sua capacidade criativa e de agregar e manter à sua volta todos os talentos possíveis que marcaram e surgiram naquela época. Foi essa Ipanema mágica que acolhia as famosas “domingueiras do Aníbal”, em que todos eram bem vindos e discutia-se Freud e Kafka com a mesma energia com que se dançava foxtrote e boogie woogie.

A vida, a obra e a casa

Foi na mineira Sabará que Aníbal nasceu, dia 9 de dezembro de 1894. Cidade banhada pelo Rio das Velhas, de águas que acompanharam as memórias do escritor, e de onde ele se mudou para Belo Horizonte, aos 11 anos. Veio concluir o curso no Rio de Janeiro, e sobre essa fase ele assim registrou: “O mar com que eu sonhava tanto, que me enchia a imaginação, estava ali perto, ao alcance da mão. Saber que, abrindo a janela, iria encontrar a sua imagem poderosa, a aragem salina, oh! só isto valia tudo para o filho da montanha”.

Minas e seus acidentes geográficos quase pessoais ajudaram a compor as alegorias de sua obra. Mas, antes de chegar lá, começou a faculdade de Direito, concluída em 1917 em Belo Horizonte. Casou-se com Aracy Jacob Machado, de Ouro Preto, e aceitou o cargo de promotor em Aiuruoca, um contraforte da Mantiqueira. Ali nasceu a primeira de suas seis meninas. A carreira jurídica não combinava com Aníbal. Foi natural, portanto, que aceitasse o cargo de professor de Literatura no Colégio Pedro II, no Rio. Logo ele juntou-se aos modernistas e publicou seu primeiro conto, O Rato, o Guarda Chuva e o Transatlântico (1925).

Na mesma década tornou-se amigo do pintor Oswaldo Goeldi, numa sucessão de amizades que já incluía Pedro Nava, Milton Campos e Carlos Drummond de Andrade. Viriam muitos outros, que haveriam de atestar o quanto Aníbal foi querido ao longo da vida. Nesse mesmo ano começou a criação de João Ternura, personagem fantástico e dos mais importantes da literatura brasileira. João levou 40 anos até ser concluído, o que só aconteceu depois de sua morte, quando Celina Whately conseguiu decifrar os manuscritos de Aníbal, que teria sentido a mesma felicidade de Geppetto ao descobrir que seu Pinocchio adquiriu vida própria pelas suas mãos, O personagem foi uma consagração absoluta.

Crescia a roda de amigos do escritor e da casa. Uma lista interminável: Paulo Mendes Campos, Ivan Junqueira, Cony, Leandro Konder, Juscelino, Barbosa Lima Sobrinho, Eneida, Otto Maria Carpeaux, Jorge Amado, José Olympio, o então estudante Ivo Pitanguy, a bailarina Tatiana Leskova.Ao viajar para a Europa, encontrou-se com Picasso e André Gide. E a lista não fechava nunca. Grande parte dessa vida foi passada no 487, onde Aníbal morou de 1937 a 1964, quando faleceu. Frente à casa, a Sorveteria Moraes. Ao lado da casa, o bar Zepelin. Nada mais Ipenema do que essas referências. Perto dali, em Copacabana, a casa de Eugenia e Álvaro Moreyra, que também acolhia escritores e jornalistas. Aníbal Machado mereceu mesmo o Rio em que viveu.

Obra de Aníbal Machado:

O cinema e sua influência na vida brasileira

Vida Feliz

ABC das catástrofes

Goeldi

Poemas em Prosa

Historias Reunidas

Cadernos de João

A Morte da Porta Estandarte

Balões Cativos

Viagem aos Seios de Duília

O Piano

Tati, a Garota

João Ternura

Colaboração de Lilian Newlands, escritora e jornalista.
(Fonte: http://www.cultura.rj.gov.br/artigos – Visconde Pirajá 487, As Domingueiras do Aníbal reconstitui reuniões memoráveis na casa do escritor – 26.09.2011)

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