Paul Ricoeur Valence (França), 27 de fevereiro de 1913 – Paris, 20 de maio de 2005), filósofo cristão francês, era considerado um dos mais importantes pensadores do pós-guerra e um homem engajado, que defendia o socialismo desde 1933.
Paul Ricoeur, filósofo francês que escreveu desde estudos sobre a percepção humana até textos de interpretação da Bíblia, obteve o doutorado em filosofia na Universidade de Rennes, em 1935. Ele era professor de um colégio secundário no oeste da França quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial.
Passou a maior parte da guerra num campo de concentração nazista, devido a suas atividades no Partido Socialista. Depois da guerra, foi professor na Universidade de Soborne, em Paris, e na Universidade de Chicago, nos EUA.
Muito reconhecido também no exterior, sobretudo na Alemanha e nos Estados Unidos, este herdeiro espiritual do existencialismo cristão renovou a questão da interpretação dialogando com a lingüística, a teologia, a literatura, a história e a psicanálise.
Nascido em fevereiro de 1913 em Valence (França), Ricoeur ficou órfão e foi educado por seus avós protestantes. Professor a partir de 1933, foi convocado para a guerra em 1939 e preso durante o conflito.
Trabalhou para o Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS) antes de se tornar professor de História da filosofia na faculdade de letras de Estrasburgo (1948-1956) e da Sorbonne.
Membro do comitê da revista “Esprit” a partir de 1947, começou a publicar nos anos cinqüenta, particularmente sua tese sobre a filosofia da vontade, e nos anos sessenta, passou a se interessar pela psicanálise freudiana (“Da interpretação. Ensaio sobre Freud”, 1965).
Depois de sua demissão em 1970 da universidade parisiense de Nanterre, Ricoeur lecionou na universidade de Chicago e foi diretor da “Revista de Metafísica e Moral” (1974). Entre suas principais obras, que marcaram toda uma geração de filósofos franceses, se encontram “História e verdade” (1955), “Tempo e narrativa” (1983) e “A memória, a história e o esquecimento” (2000).
Paul Ricoeur morreu em Paris, em 20 de maio de 2005, aos 92 anos de idade. Paul Ricoeur, com problemas de coração há meses, morreu dormindo na madrugada de quinta para sexta-feira, afirmou seu amigo e também filósofo Olivier Abel.
Filósofo “da ação”, contrário a todos os totalitarismos e profundamente cristão, Paul Ricoeur foi um “espírito livre” e “um pensador exigente da modernidade”, segundo o presidente francês, Jacques Chirac.
O primeiro-ministro francês, Jean Pierre Raffarin, afirmou que, com sua morte, “apaga-se uma voz francesa e europeia, que buscava no passado, na memória e na história as razões para avançar em direção ao perdão e à reconciliação”.
O ministro da Educação francês, François Fillon, fez uma homenagem neste sábado ao pensamento de Ricoeur, dizendo que ele “sempre privilegiou o princípio da responsabilidade pessoal e do respeito humano”.
“Sua filosofia nos lega o modelo precioso de um pensamento que sempre privilegiou o princípio da responsabilidade pessoal e o respeito ao humano através do diálogo”, disse num comunicado.
Para o ministro da Cultura francês, Renaud Donnedieu de Vabres, o filósofo soube “reabilitar e conciliar a ética com a política, uma política concebida não como lugar de conflito, mas como um ‘querer viver juntos'”.
(Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/2005/05/21/ult32u11302 – PARIS, 21 maio (AFP) – 21/05/2005)
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