A compositora norte-americana era uma das figuras de topo dentro da música dita experimental
Pauline Oliveros (Houston, 30 de maio de 1932 – Nova York, 25 de novembro de 2016), compositora, improvisadora, acordeonista, exploradora sonora e professora que desenvolveu a teoria “deep listening”
Oliveros foi uma das figuras cimeiras da música experimental e eletrônica do século XX, tendo criado o conceito de “audição profunda” (deep listening), em que as peças musicais são interpretadas em locais ressonantes ou reverberantes, como cavernas ou cisternas.
A artista foi também um membro fundador do San Francisco Tape Music Center, no qual estiveram envolvidos nomes como Morton Subotnick, Terry Riley e Steve Reich.
Grande parte do seu trabalho mais significativo explorava o conceito e a prática de “deep listening” – improvisação em estado de elevada consciência auditiva. “É ouvir de todas as formas possíveis tudo o que é possível ouvir, independentemente do que se esteja a fazer”, afirmava. Nascida em maio de 1932, começou por se distinguir como multi-instrumentista, tornando-se mais tarde compositora, ao mesmo tempo que se evidenciava também como acordeonista. Muitos dos seus primeiros trabalhos envolviam a manipulação de fita magnética bem como a utilização particular dos equipamentos de estúdio, a que recorreu para o design das suas performances ao vivo, revelando um interesse particular pela teatralidade das atividades rituais.
Na década de 1960 foi co-fundadora e diretora do San Francisco Tape Music Center, no qual estiveram envolvidos nomes como Terry Riley ou Steve Reich, e dirigiu, entre 1967 e 1981, o Center for Music Experiment da Universidade da Califórnia, San Diego. Foi nos anos 1980 que desenvolveu o conceito de “deep listening”, acabando por fundar o Center For Deep Listening.
Em 1981 abandonou a carreira acadêmica para se dedicar ao trabalho como compositora e performer, com o ensemble Deep Listening Band, tendo criado a sua própria organização artística, a Pauline Oliveros Foundation. Nessa década gravou álbuns como Accordion and Voice (1982) e Deep Listening (1989), que são considerados registos fundamentais da música ambiental. Nos últimos anos era professora e investigadora de música no Rensselaer Polytechnic Institute, tendo atuado em Portugal em mais do que uma ocasião.
Pauline Oliveros morreu em Nova York, em 25 de novembro de 2016, aos 84 anos. As causas são desconhecidas. O óbito foi confirmado pelo Deep Listening Institute, a organização fundada pela compositora americana, que acabou conhecida pela aproximação experimental ao som e à música, criando teorias e técnicas de meditação sonora.
(Fonte: https://www.publico.pt/2016/11/27/culturaipsilon/noticia – CULTURA ÍPSILON – 27 de Novembro de 2016)
(Fonte: http://blitz.sapo.pt/principal/update/2016-11-26- NOTÍCIA – 26 de Novembro de 2016)