Paulo José, ícone do cinema, do teatro e da TV, atuou em diversos filmes importantes para o Cinema Novo, como “Macunaíma”, de Joaquim Pedro de Andrade, e “Todas as mulheres do mundo”, de Domingos Oliveira

0
Powered by Rock Convert

Foi ícone do cinema, do teatro e da TV

 

Ajudou a regulamentar a profissão de ator no Brasil

 

Paulo José teve carreira brilhante na TV: além de ator, trabalhou como diretor e roteirista

 

Paulo José (Lavras do Sul, 20 de março de 1937 — Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2021), ator, roteirista e diretor, foi um dos maiores nomes da dramaturgia brasileira.

 

Considerado um dos maiores representantes das artes cênicas do Brasil, Paulo deixa uma obra inesquecível, com personagens que marcaram a história da dramaturgia no país, que ele ajudou a construir.

 

Além da intensa participação política nos “bastidores da profissão”, Paulo José marcou a história das artes brasileiras com impressionantes mais de 50 novelas e minisséries e 50 filmes como ator ou diretor no currículo.

 

Se destacou por trabalhos como “O Primeiro Amor” (1972), “Por Amor” (1998) e “Em Família” (2014), além de ter trabalhado como diretor e roteirista em seus 60 anos de carreira.

 

Trajetória

Em mais de 60 anos de carreira, Paulo José marcou a dramaturgia brasileira com trabalhos fundamentais para o teatro, o cinema e a TV. Teve personagens inesquecíveis, mas também dirigiu e participou da criação de diversas obras.

Mesmo depois de descobrir o Mal de Parkinson, doença que o acompanhou por mais de 20 anos, ele sempre se preocupou com a valorização do ofício de ator. Ele lutou pela regulamentação da profissão no final dos anos 70.

Paulo José Gómez de Souza nasceu em Lavras do Sul (RS), no dia 20 de março de 1937. Ele teve seu primeiro contato com o teatro na escola em Bagé, aos dez anos de idade.

 

Paulo José mudou-se com a família para Porto Alegre e prestou vestibular para Medicina e, depois, Arquitetura, mas já começou a carreira no teatro amador.

 

Paulo José iniciou sua carreira logo cedo. Em 1954, aos 17 anos, estreou em sua primeira peça no teatro. Um ano depois, o ator ajudou a criar o Teatro de Equipe, em Porto Alegre.

 

Após inúmeras peças, em 1966, teve sua entrada no cinema, com produções de muito destaque. Em sua estreia, atuou em “O Padre e a Moça” e foi eleito como Melhor Ator pelo Prêmio Saci.

 

Ainda chamou atenção com trabalhos como “Todas as Mulheres do Mundo” (1966), “Macunaíma” (1969), “O Rei da Noite” (1975), “A Difícil Viagem”(1983), “O Homem que Copiava” (2003) e “O Palhaço” (2011).

 

Já na televisão, fez sua primeira novela em 1969 em “Véu de Noiva”. Conciliando com sua carreira cinematográfica, Paulo José ainda teve destaque em tramas como “O Primeiro Amor” (1972), “Tieta” (1989), “Explode Coração” (1996), “Por Amor” (1998) e “Senhora do Destino” (2004).

 

Também atuou em séries como “JK” (2006), “Casos e Acasos” (2008), “Na Forma da Lei” (2010) e “As Brasileiras” (2012). Ao fim de sua carreira, atuou nas novelas “Caminho das Índias” (2009) e “Em Família” (2014).

 

Como diretor, esteve à frente de sete episódios de “Você Decide”, entre os anos de 1992 e 1994, e dirigiu as minisséries “Agosto” (1993), “Memorial de Maria Moura” (1994) e “Incidente de Antares” (1994).

Relembre a trajetória

Ele se mudou para São Paulo no início da década de 60, onde começou a trabalhar com o revolucionário Teatro de Arena – lá ele foi ator, contrarregra, assistente de direção, produtor, diretor musical, cenógrafo e figurinista.

Sua estreia atuando no palco foi em 1961, na peça “Testamento de um cangaceiro”. Já no cinema, ele estreou em 1965, no filme “O padre e a moça”, de Joaquim Pedro de Andrade.
Nos anos 60 ele atuou em diversos filmes importantes para o Cinema Novo, como “Macunaíma”, de Joaquim Pedro de Andrade, e “Todas as mulheres do mundo”, de Domingos Oliveira.
Paulo José estreou na TV Globo em 1969, começando uma série de trabalho marcantes por mais de quatro décadas.
A primeira novela foi ‘Véu de Noiva’, de Janete Clair, em 1969. Seu primeiro personagem marcante foi o mecânico-inventor Shazan, que formava uma dupla cômica com Xerife, de Flávio Migliaccio, em ‘O Primeiro Amor’ (1972), de Walther Negrão.
A dobradinha fez tanto sucesso que gerou o seriado ‘Shazan, Xerife e Cia.’, escrito, dirigido e interpretado por Paulo e Flávio, entre 1972 e 1974. Outros personagens inesquecíveis foram o comerciante cigano Jairom em ‘Explode Coração’ (1995), de Gloria Perez, e o alcóolatra Orestes de ‘Por Amor’ (1997), de Manoel Carlos.
Atuou em mais de 20 novelas e minisséries, entre elas, ‘Roda de Fogo’ (1986), de Lauro César Muniz; ‘Vida, Nova’ (1988), de Benedito Ruy Barbosa; ‘Tieta’ (1989), de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares; ‘Araponga’ (1990), de Dias Gomes, Ferreira Gullar e Lauro César Muniz; ‘Vamp’ (1991), de Antonio Calmon; ‘O Mapa da Minha’ (1993), de Cassiano Gabus Mendes; ‘Agora é Que São Elas’ (2003), de Ricardo Linhares, escrita a partir de uma ideia original do próprio Paulo José; ‘Senhora do Destino’ (2004), de Aguinaldo Silva; ‘Um Só Coração’ (2004) e ‘JK’ (2006), minisséries de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira; ‘Caminho das Índias’ (2009), de Gloria Perez; e ‘Morde & Assopra’ (2011), de Walcyr Carrasco.
Como diretor, participou de alguns episódios de ‘Casos Especiais’ na década de 1980, e das minisséries ‘Agosto’ (1993), adaptação de Jorge Furtado e Giba Assis Brasil do romance de Rubem Fonseca; ‘Memorial de Maria Moura’ (1994), adaptação de Jorge Furtado e Carlos Gerbase da obra de Rachel de Queiroz; e ‘Incidente em Antares’ (1994), adaptação de Nelson Nadotti e Charles Peixoto do livro homônimo de Erico Veríssimo.
Ele também fez parte da equipe que implementou o programa ‘Você Decide’.
Mesmo com a carreira consolidada na TV, Paulo José nunca abandonou o teatro e o cinema.
Sua última e emocionante aparição na TV foi como o vovô Benjamin na novela ‘Em Família’ (2014), de Manoel Carlos. Ele era o pai de Virgílio (Humberto Martins). Como na vida real, seu personagem sofria de Mal de Parkinson.
Paulo José, em entrevista ao projeto Memória Globo
Nascido em Lavras do Sul, no interior do Rio Grande do Sul, Paulo teve o primeiro contato com as artes ainda adolescente, em Porto Alegre. Na época, ele prestou vestibular para Medicina e Arquitetura, mas se apaixonou pelo teatro amador da capital gaúcha. Chegou em São Paulo ainda jovem, no início da década de 1960, e começou a trabalhar com o grupo Teatro de Arena.
Na companhia paulista, Paulo exerceu as funções de contrarregra, produtor e assistente de direção antes de estrear como ator. A primeira peça veio ainda em 1961, primeiro ano dele no grupo, ao lado de nomes como Milton Gonçalves e Nelson Xavier, em “Testamento de Cangaceiro”, de Chico de Assis.
A trajetória no cinema começou pouco tempo depois, em 1965, no filme “O Padre e a Moça”, dirigido por Joaquim Pedro de Andrade. Paulo então deu início a uma sequência de mais de 10 longas em três anos, sendo um dos principais nomes do chamado Cinema Novo. Foi nessa época que o ator ganhou destaque nos filmes “Macunaíma” e “Todas as Mulheres do Mundo”.
A estreia na TV aconteceu em 1969, já na Globo, com uma participação no final da novela “Véu de Noiva”, de Janete Clair. No anos seguintes, participou de produções como “Assim na Terra como no Céu” (1970),e “O Homem que Deve Morrer” (1971). O primeiro papel de sucesso viria em 1972.
Naquele ano, Paulo interpretou o mecânico-inventor Shazan na novela “O primeiro amor”, de Walter Negrão. A dupla com Xerife, personagem de Flávio Migliaccio, fez tanto sucesso que rendeu uma série, Shazan, Xerife e Cia, escrita pelos dois parceiros.
A partir de então, Paulo se firmou como um dos maiores nomes do elenco da TV Globo. Na emissora, foram muitas novelas marcantes, entre elas “Tieta” (1989), “Araponga” (1990), “Vamp” (1991), “Agora é Que São Elas” (2003), “Senhora do Destino” (2004), “Um Só Coração” (2004) e “Caminho das Índias” (2009).
Nas telonas, foi premiado várias vezes ao longo das décadas de 1970 e 1980, pelos trabalhos em filmes como “O Rei da Noite” (1975),”Eles Não Usam Black Tie” (1981), “A difícil Viagem” (1983), e “O Mentiroso” (1988). Mais recentemente, foi elogiado pela crítica em uma atuação que foi classificada pela agência Reuters como “inesquecível” em “Quincas Berro D’água”, de 2010.
Como diretor, Paulo se destacou no comando de algumas minisséries da década de 1990, como “Agosto”, “Memorial de Maria Moura” e “Incidente em Antares”, todas na TV Globo. Ao longo da carreira, ele ainda gravou alguns CDs recitando poesias que escrevia.
Paulo José foi casado quatro vezes e teve quatro filhos. Três deles são do relacionamento com a atriz Dina Sfat e um com a colega de profissão Beth Caruso, o também ator Paulo Caruso.
Ator Paulo José faleceu no Rio de Janeiro, aos 84 anos, em 11 de agosto de 2021.

O ator estava internado havia 20 dias e faleceu em decorrência de uma pneumonia. Há mais de 20 anos, ele sofria de Mal de Parkinson.

No ano de 2020, três dos quatro irmãos de Paulo morreram de câncer. Ele era o segundo filho de uma família de cinco irmãos.

(Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/08/11 – RIO DE JANEIRO / NOTÍCIA / Por G1 Rio – 11/08/2021)

(Fonte: https://tvefamosos.uol.com.br/noticias/redacao/2021/08/11 – TV E FAMOSOS / FAMOSOS / Do UOL, no Rio – 11/08/2021)

Powered by Rock Convert
Share.