Pedro Arrupe, jesuíta espanhol que foi superior-geral da Companhia de Jesus. O “Papa Negro”.

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Pedro Arrupe, jesuíta espanhol que foi superior-geral da Companhia de Jesus durante dezoito anos, de 1965 a 1983. Era conhecido como o “Papa Negro”, por causa da força política e da batina preta. Durante sua gestão, a ordem religiosa fundada por Santo Inácio de Loiola em 1540, que hoje conta mais de 25 000 sacerdotes espalhados pelos cinco continentes, enfrentou uma dura crise. Alguns jesuítas, principalmente nos Estados Unidos e na Holanda, questionaram abertamente o celibato e a proibição de ordenação de mulheres. O próprio Arrupe teve problemas com o Vaticano por admitir o ativismo social dos padres e tolerar setores de esquerda da Igreja.
Num desses momentos críticos, em julho de 1980, ele apresentou ao papa João Paulo II a sua demissão do cargo vitalício de superior-geral da Companhia de Jesus, algo inédito na história da ordem. A transição foi interrompida poucos dias depois por causa de uma trombose cerebral que o impediu de se expressar por vários meses. A demissão oficial só se consumou em setembro de 1983.
Nascido em Bilbao, na Espanha, Arrupe foi ordenado sacerdote em 1936. Em 1938, seguiu como missionário para o Japão, onde viveu 27 anos.
Assistiu a explosão da bomba atômica sobre Hiroxima, em 1945, e organizou os primeiros socorros aos sobreviventes da tragédia.
Arrupe morreu no dia 5 de fevereiro de 1991, aos 83 anos, de trombose cerebral, em Roma, Itália.

(Fonte: Veja, 13 de fevereiro, 1991 – N° 7 – Ano 24 – Edição 1 169 – Datas – Editora Abril – Pág; 67)

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