Pedro Herz, dono da Livraria Cultura
Ele nasceu em 1940 em uma família de judeus alemães que encontraram refúgio no Brasil para fugir do nazismo
Livreiro foi responsável por transformar o varejo de livros no país.
Pedro Herz, proprietário da Livraria Cultura, em janeiro de 2009.(Créditos da fotografia: Cortesia PAULO PINTO/ ESTADÃO CONTEÚDO
/Divulgação)
Pedro Herz (nasceu em 28 de maio de 1940, São Paulo, São Paulo – faleceu em 19 de março de 2024, em São Paulo), foi
livreiro, empresário e proprietário da Livraria Cultura, foi o visionário por trás da consolidação de uma das livrarias mais emblemáticas de São Paulo, que se tornou um importante ponto cultural na cidade, abrigando lançamentos, debates e até mesmo peças de teatro. Além de oferecer uma vasta seleção de obras literárias.
Pedro era filho da fundadora da marca, Eva Herz.
Em 1969, juntos como sócios, Pedro e Eva inauguraram a loja da livraria no Conjunto Nacional, uma das duas únicas ainda em operação e a última de São Paulo.
Pedro Herz nasceu em São Paulo em 1940, em uma família de judeus alemães que haviam buscado refúgio no Brasil fugindo do nazismo. Sua trajetória teve início em 1947, quando sua mãe, Eva, fundou a Biblioteca Circulante, que posteriormente se transformou na Livraria Cultura.
Origem da Livraria Cultura
Pedro Herz nasceu em São Paulo, em 28 de maio de 1940, vindo de uma família de judeus alemães que haviam migrado para o Brasil no ano anterior, para fugir da perseguição do regime nazista. Em 1947, sua mãe, Eva, fundou a Biblioteca Circulante, um serviço de empréstimo de livros operado na residência da família, que serviu como embrião para o que mais tarde se tornaria a renomada Livraria Cultura.
Em 1969, a Biblioteca Circulante deu lugar à Livraria Cultura, quando se transferiu para uma loja no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista. Pedro Herz, que se tornou sócio da empresa, tinha experiência prévia de trabalho na Livraria Basileia, em São Paulo, além de ter passado um tempo na Europa, onde teve diversos trabalhos, desde lavar pratos até ser locutor da BBC.
Após o falecimento de Eva em 2001, Herz assumiu definitivamente a direção da empresa, liderando sua expansão e tornando-se o principal livreiro do Brasil.
A Livraria Cultura chegou a operar 18 filiais em várias capitais, com um catálogo impressionante de nove milhões de livros. A loja no Conjunto Nacional, em especial, tornou-se um local renomado para lançamentos literários no país. Além disso, a Cultura diversificou sua oferta, passando a comercializar não apenas livros, mas também CDs, DVDs e eletrônicos. Essa estratégia foi intensificada quando os filhos de Herz, Sérgio e Fábio, assumiram a gestão da empresa, mas posteriormente foi apontada como uma das causas dos problemas financeiros enfrentados pela rede.
Em 2017, a Livraria Cultura adquiriu a operação brasileira da rede francesa Fnac, marcando mais um capítulo na história da empresa.
Falência
A empresa teve seu fim anunciado em fevereiro de 2023, após uma série de batalhas na justiça em um cenário de imersão em dívidas. O juiz Ralpho Barros Monteiro, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, expediu a falência da empresa no mesmo período.
Em 2018, já temendo ser alvo do decreto, a empresa chegou a pedir proteção contra a falência. Na época, a dívida da Livraria Cultura era de R$ 285 milhões. Após o pico da pandemia de covid-19, no entanto, a companhia descumpriu o plano de recuperação judicial aprovado por seus credores, embora tenha conquistado um aditivo ao plano com melhores condições para o pagamento das dívidas.
Entre as principais causas para a falência da Livraria Cultura, foram apontados altos custos de produção e a pouca demanda por livros – em especial no cenário do consumo literário digital – que levaram ao acumulo de dívidas da empresa.
Apesar de já ter alcançado um faturamento de R$ 230 milhões, e chegou a ter 1,3 mil funcionários e
a Livraria Cultura enfrentou dificuldades financeiras nos últimos anos. Em 2018, entrou em recuperação judicial com uma dívida de R$ 285 milhões. A empresa chegou a ter sua falência decretada no ano passado, porém essa decisão foi revertida duas vezes. Em fevereiro deste ano, a Justiça negou um pedido da livraria, que está em recuperação judicial, para suspender a ordem de despejo de sua loja localizada na avenida Paulista. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) apontou que a unidade do Conjunto Nacional acumula dívidas de aluguel de R$ 15 milhões desde 2020.
Pedro Herz faleceu na manhã da terça-feira (19), em São Paulo, aos 83 anos, vítima de um ataque cardíaco ocorrido durante a madrugada.
“Pedro Herz foi um visionário no campo editorial, tendo desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento e promoção da literatura em nosso país. Sua paixão pela leitura e seu compromisso em tornar os livros acessíveis a todos deixaram uma marca indelével na comunidade literária e além”, diz a nota da Livraria Cultura.
“Sua ausência será profundamente sentida, mas seu legado perdurará através das páginas dos livros que tanto amou. Neste momento de luto, a família agradece o carinho e condolências.”
(Direitos autorais: https://forbes.com.br/forbes-money/2024/03 – FORBES MONEY/ por Poliana Santos – 19 de março de 2024)
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(Créditos autorais: https://www.g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/03/19 – NOTÍCIA/ Por g1 sp – 19/03/2024)
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