Pedro Luis, patrono da cadeira n° 31 da Academia Brasileira de Letras, foi escolhido por Luis Guimarães Junior, o primeiro a sentar na cadeira n° 31. Quando ocupava a função de ministro de Negócios Estrangeiros de D.Pedro II, temporariamente Pedro Luis teve que acumular essa função com a de ministro de Agricultura, Comércio e Obras Públicas, devido à morte do ocupante anterior.
Como não tinha muito tempo para exercer as duas funções, alçou Machado de Assis, que já trabalhava no Ministério da Agricultura, a oficial de seu gabinete, fazendo com que se sentisse, nas suas palavras, “quase ministro”.
Se foi Machado de Assis quem apoiou Luis Guimarães, incentivando sua literatura, foi Pedro Luis quem levou Luis Guimarães para a diplomacia.
Machado gostava de Pedro Luis como poeta de cunho social e político, colocado entre os “condoreiros”, precursor de Castro Alves.
Mas o julgamento de Machado parece ter sido dominado pela amizade, a julgar o que dele disse José Veríssimo: Deixou meia dúzia de poemas, os melhores no tom épico (“Os voluntários da morte”, “Terribilis Dea”), que todo o Brasil conheceu, recitou e admirou. Mas a sua obra dispersa, de mero diletante, se lhe criou um nome meio lendário como os de José Bonifácio e Francisco Otaviano, não basta a assegurar-lhe um posto de primeira ordem na nossa poesia.”.
(Fonte: http://extra.globo.com/noticias/brasil – Notícias Brasil/ Por Merval Pereira – 24/09/11)
Pedro Luís Pereira de Sousa (Araruama, 13 de dezembro de 1839 Bananal, 16 de julho de 1884), advogado, jornalista, político, orador e poeta brasileiro.
Biografia
Patrono
Pedro Luís (P. L. Pereira de Sousa), advogado, jornalista, político, orador e poeta, nasceu em 13 de dezembro de 1839, em Araruama, RJ, e faleceu em Bananal, SP, em 16 de julho de 1884. É o patrono da Cadeira n° 31 da Academia Brasileira de Letras, por escolha de Luís Guimarães Júnior.
Educou-se em Nova Friburgo, no Colégio de S. Vicente de Paulo. Diplomado pela Faculdade de Direito em São Paulo, em 1860, estabeleceu-se como advogado no Rio de Janeiro, sendo também advogado no Conselho de Dom Pedro II. Na política filiou-se ao Partido Liberal. Deputado em duas legislaturas (1864-1866 e 1878-1881), revelou-se um orador fluentíssimo. Foi ministro dos Negócios Estrangeiros (1880), acumulando com a pasta dos Negócios da Agricultura, quando faleceu o conselheiro Buarque de Macedo. Nesse período teve como funcionário Machado de Assis. Não alcançando ser reeleito deputado, por ocasião de dissolução da Câmara, o conselheiro Pedro Luís resignou do cargo de ministro. Em 1882, foi presidente da província da Bahia. Acenava-lhe a política com um lugar no Senado, mas veio a falecer, aos 43 anos. Entre outras condecorações, era titular da Legião de Honra e grande dignitário da Ordem da Rosa.
Sua curta existência foi absorvida pela atividade política. Mas teve tempo bastante para firmar-se como poeta de cunho social e político, colocado entre os “condoreiros”, precursor de Castro Alves, cujo poema “Deusa incruenta”, o poema da imprensa, é uma antítese a “Terribilis Dea”, que a guerra do Paraguai inspirou a Pedro Luís. Dele disse José Veríssimo:
“Também ele foi um poeta brilhante, o precursor da inspiração política e social e do que depois se chamou condoreirismo na nossa poesia, político de relevo, jornalista, conversador agradabilíssimo, segundo quantos o trataram, e homem do mundo, de rara sedução. Deixou meia dúzia de poemas, os melhores no tom épico (“Os voluntários da morte”, “Terribilis Dea”), que todo o Brasil conheceu, recitou e admirou. Mas a sua obra dispersa, de mero diletante, se lhe criou um nome meio lendário como os de José Bonifácio e Francisco Otaviano, não basta a assegurar-lhe um posto de primeira ordem na nossa poesia.” E João Ribeiro, depois de chamá-lo “glorioso precursor de Castro Alves e da poesia hugoana no Brasil, pelas suas feições épicas e patrióticas”, aludiu à sua lírica: “Sei agora que ele nem sempre fora altiloqüente e sabia murmurar com a suavidade de um Petrarca.”
(Fonte: http://www.academia.org.br/abl – Academia Brasileira de Letras – Biografia)