O produtor Pedro Rovai ficou conhecido pela trilogia da índia Tainá
Cineasta se notabilizou no gênero infantil e nas comédias
Pedro Carlos Rovai (Ourinhos, no interior de São Paulo, 1938 – Rio de Janeiro, 1° de novembro de 2018), produtor paulista que ficou conhecido pela trilogia da indiazinha Tainá, formada por “Tainá – Uma Aventura na Amazônia” (2000), “Tainá 2 – A Aventura Continua” (2005) e “Tainá – A Origem” (2013). Um dos trabalhos mais recentes, aproveitando a onda das comédias, foi “Qualquer Gato Vira-Lata” (2012).
Um dos grandes nomes do cinema infantojuvenil no Brasil, o produtor paulista Pedro Rovai ganhou o Prêmio Molière em 1969, com seu primeiro longa, Adultério à Brasileira, e o Prêmio Governador do Estado de São Paulo. Dirigiu ou produziu vários curtas e longas-metragens, além de documentários e peças de teatro.
Natural de Ourinhos, no interior de São Paulo, e mudou-se para a capital paulista no final dos anos 50. Iniciou sua carreira como assistente de direção do filme “São Paulo, Sociedade Anônima”, de Luiz Sérgio Person, em 1960. Rovai dirige e produz filmes desde 1969, quando praticamente inaugurou a pornochanchada com o longa em episódios “Adultério à brasileira”. Com Marisa Urban e Mario Benvenutti no elenco, os segmentos “O teklhado”, “A assinatura” e “A receita” traziam histórias bem humoradas de traição.
De 1974, “Ainda agarro esta vizinha”, inspirado em texto de Oduvaldo Vianna Filho, foi seu quinto filme como diretor e o seu primeiro grande sucesso, com quase quatro milhões de espectadores ao final de sua carreira nas salas. Com Cecil Thiré, Wilza Carla e Adriana Prieto no elenco, mostra o microcosmo de um prédio de Copacabana em que se misturam personagens tão díspares como um redator publicitário, um mágico sem talento e um porteiro gay.
Entre seus grandes sucessos como produtor estão “Bonitinha, mas Ordinária” (1981), de Braz Chediak, baseado em Nelson Rodrigues, e Nos embalos de Ipanema (1979), de Antônio Calmon. No teatro, produziu mais de doze peças, como “A gaiola das loucas”, com Vera Gimenez, e “Piaf”, com Bibi Ferreira – a maior parte delas nos anos 1980.
Pedro Rovai morreu em 1° de novembro de 2018, no Rio de Janeiro, em consequência de complicações com um câncer do qual estava se recuperando. Ele tinha 80 anos.
O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, lamentou a morte de Rovai nas redes sociais: “Acabo de saber da morte de Pedro Rovai, um titã do cinema brasileiro. Tristeza profunda. Viva Pedro Rovai! Merece todas as homenagens! RIP!”.
Luiz Carlos Lacerda, diretor de “For all – O trampolim da vitória” (1997) e “Viva Sapato” (2004), disse que, apesar de ter se desentendido com Rovai, era “uma das pessoas mais inteligentes” que conheceu: “Sinto muito. Era um homem inteligente, polêmico e charmoso. Vai fazer falta”.
O produtor e distribuidor Marco Aurélio Marcondes também prestou sua homenagem: “Perdi, hoje, um dos meus grandes amigos. O cinema brasileiro também: o diretor, produtor e empreendedor Pedro Rovai, que estava em plena atividade, aos 80 anos. Viva Pedro. AXÉ!”.