Pedro Viriato Parigot de Souza (1916-1973), foi o 73.º governador do Estado do Paraná, desde a emancipação em 1853, e o segundo a morrer no exercício do cargo: em 3 de março de 1907, o governador Vicente Machado foi vitimado pelo câncer, o mesmo mal que forçou Parigot a duas intervenções cirúrgicas e roubou-lhe 60 dos 90 quilos que pesava em 1969, quando a moléstia foi diagnisticada.
Empossado vice-governador em março de 1971, oito meses depois ele foi chamado a substituir o governador Haroldo Leon Peres, que renunciou em meio a um emaranhado de crises políticas e administrativas. Envolvido, por sua vez, por sucessivas crises de saúde, Parigot também teve um governo atribulado. Em março de 1972, ao reassumir o cargo depois de trinta dis de licença, investiu gravemente contra “os conspiradores de esquina”, que responsabilizava pelos insistentes boatos sobre seu iminente afastamento do governo. E anunciou uma viagem a Brasília, para expor seus planos administrativos ao presidente da República. Mas não chegou a viajar: em 29 d emaio foi internado no Instituto de Gastrenterologia de São Paulo e onze dias depois foi para o Hospital Santa Cruz, de Curitiba. Lá, dia 11 de julho, recebeu os últimos sacramentos do arcebispo dom Pedro Fedalto, e morreu às 15h35.
Os políticos na sucessão Seu atestado de óbito revelava: Insuficiência respiratória. Tumor carcinóide metastático. Ao contrário de 1970, quando foram surpreendidos com a indicação de Leon Peres e Parigot de Souza, feita pelo presidente da República, desta vez os políticos da Arena paranaense foram chamados a opinar, previamente, na escolha do novo governador. Dos entendimentos entre os senadores Accioly Filho e Ney Braga e o governador interino João Mansur, saiu, no início de julho, a candidatura do empresário Jayme Canet Júnior, dono de uma das maiores fortunas do Estado. Prudentemente, Accioly relacionava, depois de Canet, os deputados federais Emílio Gomes e Alípio Ayres de Caravalho, Hosken de Novais e Rafael Rezende. Eles estão na lista levada no fim da semana para Brasília, e que no dia 16 de julho foi exibida ao chefe do Gabinete Civil da Presidência da República, João Leitão de Abreu, para a escolha definitiva. Mesmo sem conhecer os nomes oficiais, o diretório regional da Arena foi convocado para o dia 19 de julho, quando as candidaturas serão oficializadas. A 10 de agosto haverá a eleição indireta pela Assembleia Legislativa, e o novo governador começará a trabalhar no dia seguinte. Entre os que velaram no salão do Palácio Iguaçu estava o ministro da Justiça, Alfredo Buzaid, que representava o presidente Emílio Garrastazu Medici, a qual fez uma lacônica declaração sobre a escolha do sucessor de Parigot: “Trate aqui com o senador Accioly Filho, que é presidente regional da Arena. Parigot morreu aos 57 anos, em Curitiba.
(Fonte: Veja, 18 de julho, 1973 Edição n.° 254 DATAS – Pág; 15 PARANÁ/ Governo vago – Pág; 42)
Pedro Viriato Parigot de Souza, nasceu em Curitiba, Paraná, a 26 de fevereiro de 1916, filho de Luiz Parigot de Souza e Aline Cordeiro Parigot de Souza. Fez o curso elementar na própria cidade natal. Inclinado às ciências exatas, formou-se em 1937 pela então Escola de Engenharia da Universidade do Paraná. Depois, fez curso de especialização na França em Hidráulica e Hidrologia.
Ingressou na Administração Pública, ao retornar ao país, na Secretaria de Viação e Obras Públicas e no Departamento Nacional de Rios e Canais, onde acompanhou obras importantes, como o cais de atracação do Porto de Paranaguá e a regularização do rio Iguaçu. Foi autor de muitos projetos nessa área.
Dedicou-se, a seguir, ao campo da energia elétrica. Diretor da Copel, depois presidente, teve oportunidade de revelar toda sua competência nos programas de implantação de vários sistemas energéticos, usinas, extensão rural, enfim, toda a gama de melhoramentos que fizeram do Paraná uma das mais respeitadas lideranças nessa especialidade. Destacou-se ainda como membro do Conselho Federal de Educação, diretor do Centro de Pesquisas e Estudos de Hidráulica e Hidrologia da Universidade Federal, membro do Conselho Universitário e diretor do Instituto de Mecânica da mesma instituição superior.
Com a renúncia do governador Haroldo Leon Peres, como seu vice assumiu a direção do Estado a 23 de novembro de 1971. Mas, já estava acometido de pertinaz enfermidade que lhe absorvia as energias. Mesmo assim, redobrou esforços para cumprir as metas a que se propôs. Tomou a coordenação dos assuntos técnicos e de planejamento do governo. Fundou o Cexpar, deu continuidade às obras de infra-estrutura do Estado, não se poupando de assegurar o ritmo de desenvolvimento das obras em execução. Repetia sempre minha ação será a tradução dos objetivos nacionais em termos estaduais. E cumpriu até onde lhe foi possível suportar as limitações a que lhe expunha a doença traiçoeira.
Todavia, não resistiu muito tempo. Faleceu a 11 de julho de 1973.
Biografia: História biográfica da república no Paraná, de David Carneiro e Túlio Vargas, 1994.
Foto: Galeria do Salão dos Governadores do Palácio Iguaçu, reproduzida por Simone Fabiano.
(Fonte: www.casacivil.pr.gov.br)