Peregrino Júnior (Natal, 12 de março de 1898 – Rio de Janeiro, 23 de outubro de 1983), escritor, autor de Pussanga, Matupá e Histórias da Amazônia, entre outros livros, e membro da Academia Brasileira de Letras desde 1945.
Uma visão geral de Peregrino Júnior: contador de histórias, ensaísta, crítico, médico, professor, membro da Academia Brasileira de Letras.
Principalmente, a visão geral de um trabalho todo dedicado ao homem, examinado em seu ambiente geográfico e histórico e presente nas histórias, críticas, ensaios e análises clínicas. E, também, a visão geral de uma obra acima de tudo didática.
Como narrador, Peregrino não pretendeu ser um ás; esta atividade apenas completa as outras, em que ele esteve sempre ensinando algo, desde o significado da palavra cabocla “cunhatã” até a moderna “stress”, do dramático “espiritado” do folclore à “lista de classes”, expressão atual igualmente dramática.
Pois este professor, mesmo quando mergulhava na “mitologia emocional” de sua infância, esteve sempre ensinando. O ensaísta Peregrino Júnior não se afasta dos ambientes das histórias. E o crítico não perde de vista o médico. No estudo sobre Machado de Assis, o exame da obra se prolonga até a investigação do passado do escritor, com suas doenças e hereditariedades.
Lins do Rego é “radiografado” nas aulas escolares. A solidão de Graciliano Ramos é uma moléstia que assombra toda s sua literatura. Nas últimas páginas de Seleta de Peregrino Júnior organizada por Ivan Cavalcanti Proença, rigorosamente científicas, Peregrino Júnior examina questões atuais e importantes. Peregrino Júnior faleceu dia 23 de outubro de 1983, aos 85 anos, no Rio de Janeiro.
(Fonte: Veja, 2 de novembro de 1983 – Edição n° 791 DATAS – Pág; 110)
(Fonte: Veja, 9 de fevereiro de 1972 – Edição n° 179 LITERATURA – Pág; 84)