Pérolas do atrevimento (Salvador Dali)

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Pérolas do atrevimento
Com a mesma desenfreada extravagância que usava para criar seus relógios derretidos ou seus elefantes com pés de mosquito, Dali sempre gostou de opinar sobre todos os assuntos e principalmente de falar sobre seu próprio talento.
Talvez, em todo caso, as frases de Salvador Dali destinavam-se mais a confundir do que a explicar. Abaixo, uma seleta da criatividade verbal do pintor:

“A única diferença entre um louco e eu é que eu não sou louco”.

“Com 6 anos, eu queria ser cozinheiro. Com 7, queria ser Napoleão. Desde então, minhas ambições aumentaram”.

“O lado pintor em mim sempre foi o menos importante. O que vale é a estrutura quase imperialista da minha genialidade”.

“Quando pinto, uma de minhas alegrias é saber que estou fazendo ouro, pois cada um de meus quadros produz um polpudo cheque que é imediatamente convertido em metal nobre”.

“Só Gala, minha mulher, é que amei mais que o ouro”.

“Não lastimo não ter filhos. Os filhos dos gênios são cretinos”.

“A monarquia é a única forma autêntica, admissível, elevada e maravilhosa de governo. Um rei não tem mandato limitado, tem uma vida inteira para governar bem e não precisa roubar depressa porque a família já é rica”.

“Artistas são como trufas: nascem em alguns lugares e em outros não. A França, por exemplo, nunca teve bons pintores e podia passar perfeitamente bem sem os que apareceram”.

“Leonardo Da Vinci foi muito beneficiado pelo uso de longos bigodes. Foram eles que lhe deram a ideia de pintar a Gioconda. Os meus são minhas antenas para a vida diária”.

“Os artistas são anjos. Como Dante, Rafael, Mozart ou Dali. Eu virei anjo com o casamento”.

(Fonte: Veja, 1° de fevereiro, 1989 – Edição n° 1065 – MEMÓRIA – Pág; 70/72)

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