Pervez Musharraf, era último dirigente militar do Paquistão e aliado dos Estados Unidos na luta contra a Al Qaeda

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Pervez Musharraf: ex-presidente do Paquistão foi aliado crucial dos EUA contra o terrorismo
(© REUTERS/Mohammad Abu Omar/Files)

Pervez Musharraf, era último dirigente militar do Paquistão e aliado dos Estados Unidos na luta contra a Al Qaeda.

Musharraf chegou ao poder por meio de um golpe de Estado em 1999, e lá permaneceu até 2008. Inicialmente percebido como um político moderado, acabou se consolidando como o principal aliado regional dos EUA na luta contra a Al Qaeda, e escapou de ao menos três tentativas de assassinato da organização terrorista.

O ex-líder se juntou ao que Washington chama de “guerra ao terror” após os atentados de 11 de setembro de 2001. Seu governo foi responsável por providenciar às forças americanas acesso terrestre e aéreo ao Afeganistão para perseguir os suspeitos identificados como responsáveis pelo ataque às Torres Gêmeas.

A aliança com os EUA foi de encontro à tradicional política paquistanesa de apoio ao Talibã, que na época –assim como hoje– governava o país vizinho. Isso fez de Musharraf um alvo de militantes no Paquistão, além fazê-lo perder apoio entre conservadores locais.

Criado em reação à repressão do general a extremistas, o Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), conhecido como o Talibã paquistanês, celebrou a morte do ex-líder em um comunicado, criticando sua política de alinhamento com o Ocidente. “Este foi o infame chefe do Exército que vendeu a honra e o respeito do país”, afirmou o grupo, responsável por uma série de ataques recentes no país.

Musharraf se mudou para Dubai em 2016, para receber um tratamento médico por amiloidose, uma doença rara que ataca os órgãos vitais. Três anos depois, foi condenado a morte por traição, por ter decretado estado de exceção em 2007 –um tribunal depois anulou a sentença.

O ex-presidente do Paquistão, último governante militar do país e um aliado dos Estados Unidos na luta contra a Al-Qaeda, foi forçado a renunciar devido a uma ameaça de impeachment.

O ex-chefe de Estado, general de quatro estrelas chegou ao poder após um golpe de Estado, em 1999, e permaneceu no cargo até 2008.

Guerra contra o terrorismo

Fumante de charuto e consumidor de uísque, Musharraf inicialmente foi considerado como moderado neste país muçulmano. Ele se consolidou como o principal aliado regional dos Estados Unidos na luta contra a Al-Qaeda, cujos líderes, próximos do Talibã, haviam encontrado refúgio nas áreas tribais fronteiriças ao Afeganistão. Musharraf escapou de pelo menos três tentativas de assassinato pela organização terrorista.

Após a invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos, na esteira dos ataques de 11 de setembro de 2001, Musharraf alinhou o seu país com as posições de Washington.

“Sob Musharraf, a decisão do Paquistão de se juntar à ‘guerra contra o terror’ acabou sendo uma bênção”, observa o analista Hasan Askari, referindo-se ao fluxo de ajuda internacional que o país recebeu como resultado. “Ele será lembrado como alguém que liderou o Paquistão em um momento muito crítico”, completa.

Durante os nove anos em que Musharraf esteve no poder, a economia do país cresceu, a imprensa pôde atuar com liberdade e as tensões entre o Exército e a rival Índia foram apaziguadas.

Musharraf, comandante-em-chefe do Exército, liderou um golpe de Estado em 1999 contra Nawaz Sharif, que quis destituí-lo depois de tê-lo nomeado como chefe do Exército, um ano antes. Em 20 de junho de 2001, ele tornou-se oficialmente o presidente do Paquistão, até renunciar em 18 de agosto de 2008.

Musharraf obteve um mandato de cinco anos como presidente em um referendo, em 2002, mas não cumpriu a a promessa de deixar o cargo de chefe do Exército no final de 2007. Em dezembro daquele ano, após o assassinato da líder da oposição Benazir Bhutto e a derrota esmagadora sofrida por seus aliados nas eleições de 2008, Musharraf ficou completamente isolado e se viu obrigado a renunciar.

O seu plano de retornar ao poder, em 2013, foi frustrado quando ele ficou inabilitado para concorrer em uma eleição vencida por Nawaz Sharif, o homem que ele havia derrubado em 1999.

Exílio e palestras

Musharraf começou então um luxuoso exílio voluntário entre Londres e Dubai, financiado, em parte, por generosos pagamentos por suas conferências ao redor do mundo. Em 2016, ele viajou para Dubai para receber tratamento médico para amiloidose, uma doença rara que ataca órgãos vitais.

Três anos depois, foi condenado à morte à revelia por traição por ter decretado estado de exceção, em 2007. No entanto, um tribunal anulou esta sentença posteriormente.

Pervez Musharraf faleceu no domingo (5), aos 79 anos, após anos em autoexílio, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Ele lutava contra uma doença rara, causada pelo depósito de proteínas insolúveis no corpo.

A informação foi confirmada pela missão paquistanesa nos Emirados Árabes Unidos –o ex-líder havia se mudado para Dubai há seis anos e vivia lá desde então.

Os atuais primeiro-ministro e presidente do país –Shehbaz Sharif e Arif Alvi– respectivamente, lamentaram a morte do ex-líder, assim como os chefes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Segundo a emissora Geo News, um voo especial será responsável por trazer seu corpo de volta ao Paquistão para que o funeral.
(FONTE: https://www.msn.com/pt-br/noticias/mundo – NOTÍCIAS/MUNDO/ Folha de S. Paulo / por (FOLHAPRESS) – SÃO PAULO, SP – 05/02/23)
(FONTE: https://www.msn.com/pt-br/noticias/mundo – NOTÍCIAS/ MUNDO/ História por RFI – 05/02/23)
(Com informações da RFI e da AFP)
(FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/02/05 – MUNDO/NOTÍCIA/ Por g1 – 05/02/2023)

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