Uma trilha de avanços
Pesquisa sobre os bloqueadores de receptores celulares, é o ramo mais premiado na história do Nobel de Medicina
1908 – Paul Ehrlich
No final do século 19, o bacteriologista alemão Paul Ehrlich intuiu, pela primeira vez, a existência dos receptores celulares e, em 1908, recebeu o Nobel de Medicina. Ehrlich ganhou o prêmio por suas descobertas no uso do arsênico contra a sifílis
1938 – Gerhard Domagk
O estudo dos receptores deu um salto com Gerhard Domagk (1895-1964), um microbiologista alemão que descobriu o prontosil – um derivado da sulfa, substância que se acopla à bactéria matando os micróbios, mas é inofensiva para as células do corpo humano. Foi agraciado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1939, por ter descoberto os efeitos antibacterianos de certas drogas sulfonamidas, usadas no tratamento e na cura da hanseniase.
1957 – Daniel Bovet
O italiano Daniel Bovet descobre os receptores celulares H 1, da histamina – agente químico que provoca secreção gástrica e é o regulador das reações alérgicas. Abre o caminho para a produção dos remédios antialérgicos
1963 – Sir John Eccles
Ao lado dos ingleses Alan Hodgkin (1914-1998) e Andrew Huxley (1917-2012), realizou os primeiros trabalhos sobre a transmissão de impulsos nervosos – desencadeada pela união dos neurorreceptores e neurotransmissores, a chave da estrutura complexa do cérebro humano
1966 – Francis P. Rouss
Com Charles Huggins (1901-1997) ganha o Prêmio Nobel por pesquisas sobre as causas e o tratamento quimioterápico do câncer. Deram o primeiro passo para a produção de bloqueadores de agentes cancerígenos – ainda um desafio para a ciência farmacológica
1970 – Ulf von Euler
A trinca de cientistas formada por Euler, Bernard Katz (1911-2003) e Julius Axelrod (1912-2004) avança no estudo do funcionamento dos transmissores e neurotransmissores, isolando quimicamente sua constituição – decifrando as “linhas de transmissão” do cérebro
1982 – Bengt Samuelson
Juntamente com John Vane e Sune Bergstrom investigou o hormônio da prostaglandina, o mensageiro químico do organismo, e o uso de antiinflamatórios no bloqueio de sua produção exagerada – responsável, por exemplo, pela dor de cabeça
1985 – Michael Brown
Ao lado de Joseph Goldstein descobriu que a maioria das células do corpo exibe em sua superfície estruturas específicas para se ligar à cobertura de proteínas do colesterol. Com isso, abriram uma brecha no bloqueio químico ao colesterol.
(Fonte: Veja, 26 de outubro de 1988 - ANO 21 - N° 43 – Edição 1051 - NOBEL - Pág: 102/104)