Pierre Clostermann (1921- ), único brasileiro a participar do desembarque aliado nas ……

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Pierre Clostermann, nasceu no dia 28 de fevereiro de 1921, na capital paranaense, Curitiba. Filho de Jacques Clostermann, ex-embaixador francês no Brasil. Pierre Clostermann foi o único brasileiro a participar do desembarque aliado nas praias da Normandia, em 6 de junho de 1944 – o famoso Dia D. O então aspirante a oficial aviador de 23 anos integrava uma unidade chamada Franceses Livres, que lutava pela Real Força Aérea britânica (RAF). Entre 1943 e 1945, ele abateria 33 aviões alemães e ficaria famoso como o maior ás francês nas batalhas aéreas contra os nazistas.
Até o final dos anos 30, era apenas um jovem de ares cosmopolitas, que estudava na França e passava as férias no Rio de Janeiro. Mas a ousadia já dava sinais. Aos 16 anos ele tirou seu brevê de piloto no antigo Aeroclube do Brasil, na capital fluminense, então localizado no bairro Manguinhos.
Em 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial, o jovem Pierre estava nos Estados Unidos estudando engenharia e sonhando ser piloto comercial. O pai um patriota convicto, enviou-lhe um telegrama assim que soube que a França fora conquistada, em meados de 1940: “Junte-se ao general de Gaulle ou não será mais meu filho”. Cruzou o Atlântico num comboio e desembarcou em Liverpool.
Foi aceito na Real Academia da Força Aérea. Em agosto de 1943, derrubou dois aviões alemães num mesmo dia. O feito lhe rendeu fama.
Em 1944, um prêmio: foi designado para o esquadrão 602 da RAF, pilotando o famoso Spitfire – avião que havia sido o herói da Batalha da Inglaterra, quatro anos antes, impedindo que os domínios britânicos fossem invadidos por Hitler.
Mas o brasileiro chegou atrasado no Dia D. Não por desleixo ou covardia. Longe disso. Ele era importante demais para correr o risco de ser aprisionado. Como detinha informações ultra-secretas sobre o desembarque, só foi autorizado a levantar vôo dez horas após o início da operação.
Cinco dias após, em 11 de junho, Clostermann e seu grande amigo, o piloto francês Jacques Remlinger, receberiam a melhor missão da guerra: pousar na Normandia – sinal de que, finalmente, o território francês começava a ser recuperado. Assim, o oficial chamado por alguns de Brazilian tornou-se o primeiro aviador francês a pisar num trecho de sua terra libertada.
O pior momento em toda a guerra ocorreu no final do inverno de 1945. Condecorado duas vezes, Pierre era o único estrangeiro no comando de uma ala da RAF, uma rara honraria. “O desgaste era desumano”. A rendição dos nazistas veio em maio de 1945.
A vida civil e o casamento curaram as feridas. Nas décadas seguintes, Pierre Clostermann escreveu livros sobre a guerra aérea, tornou-se parlamentar, assessor do presidente francês Charles de Gaulle e executivo das indústrias aeronáutica e automobilística. Curiosamente, foi dele a sugestão de instalar uma unidade da Renault em São José dos Pinhais, ao lado de Curitiba, sua cidade natal. Em 2004, a Força Aérea Brasileira lhe concedeu uma condecoração.
“Sou francês de sangue e brasileiro de coração”.

(Fonte: Terra – Ano 13 – N°158 – Junho de 2005 –Por/André Vargas – Editora Peixes – Pág; 42/53)

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