Alberto Santos-Dumont (1873-1932), nasce em 20 de julho na fazenda Cabangu, interior de Palmira (hoje Santos-Dumont), em Minas Gerais. É o sexto dos oito filhos do engenheiro e fazendeiro Henrique Dumont e de Francisca de Paula Santos. Em 1888, vê pela primeira vez um balão, durante uma feira na cidade de São Paulo.
Em 1891, Santos-Dumont, viaja pela primeira vez para Paris, onde o pai tentaria curar uma hemiplegia (paralisia de um lado do corpo) decorrente de uma queda de cavalo. No fim daquele ano, de volta a São Paulo, espanta os paulistanos com uma novidade trazida da França: um automóvel Peugeot que faz 16 km/h. Teria sido o primeiro a dirigir um carro na América do Sul.
Em 1892, o pai emancipa Alberto, entrega-lhe a herança (estimada em US$500mil) e o incentiva a retornar a Paris.
Em março de 1898, anda pela primeira vez em um balão, na companhia do aeronauta francês Macheron. Em setembro, faz a primeira experiência com o dirigível n°1, o primeiro a utilizar um motor a explosão interna no ar.
Em 27 de agosto de 1901, sofre um acidente com o dirigível n° 5, que explode após chocar-se com o telhado do Hotel Trocadero. Dumont é resgatado por bombeiros. Mais tarde, teve de pagar 150 francos pelos estragos causados.
Em 19 de outubro, com o dirigível n° 6, parte de Saint-Cloud, circunda a Torre Eiffel e retorna ao ponto de partida, no primeiro vôo inteiramente controlado da história.
Em 1905, inicia as experiências com o mais pesado do que o ar.
Em 23 de outubro de 1906, voa pela primeira vez no 14-Bis, no Campo de Bagatelle, em Paris. Após uma corrida de 200 metros, o aeroplano ergueu-se de dois a três metros acima do solo, percorrendo 60 metros em sete segundos. Foi a primeira vez que um aparelho mais pesado do que o ar levantou-se do solo por seus próprios meios. Por falta de medições oficiais, o vôo na foi homologado pela Federação Aeronáutica Internacional (IAF). Dumont então repetiu o feito em 12 de novembro. Na quarta tentativa daquele dia, estabeleceu o primeiro recorde de velocidade aérea: 41,292km/h. Na quinta e última tentativa, percorreu 220 metros.
Em 1907, o 14-Bis é inutilizado em desastre. Constrói o seu melhor avião, o monoplano n° 20, conhecido por Demoiselle. 1910, deprimido, pára de voar depois de sofrer mais um sério acidente com o Demoiselle.
Em 1917, constrói em Petrópolis, no Rio, a Encantada, uma casa com conceito bastante arrojado para a época.
Em 1931, é eleito para a Academia Brasileira de Letras, mas não chega a tomar posse.
Em 23 de julho de 1932, aos 59 anos, suicida-se em Guarujá, São Paulo, profundamente deprimido, ao que se presume, com o uso de aviões durante a revolução paulista.
(Fonte: Zero Hora Porto Alegre, Segunda-feira, 23 de outubro de 2006 Ano 43 N° 15.032 100 ANOS DO VÔO DO 14-BIS Reportagem Visual – Pág; 3)