Pioneiro do programa para cantar músicas regionais
Renato Murce, um dos pioneiros do rádio, nasceu no dia 8 de fevereiro do ano de 1900.
Produziu diversos programas, entre eles Alma do Sertão, mostrando através de poesias o valor do sertanejo na sua vida de homem simples e arrojado.
Renato Murce com seu irmão, Darío, formaram um conjunto musical no final da década de 20, denominado “Os Gaturamos” somente para cantar músicas regionais, visto que Renato foi um apaixonado pelo nosso folclore, sendo pioneiro desse tipo de programa radiofônico.
Iniciou no rádio em 1924, aceitando convite de Roquete Pinto para colaborar na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, portanto um dos primeiros da radiofonia brasileira e, como entusiasta dos movimentos líricos em nosso país, foi eleito O Principe dos Cantores Regionais do Brasil no ano de 1930.
Lançou os compositores J. Cascata e Leonel Azevedo com bonitas canções na Rádio Club do Brasil que logo se destacariam na voz de Orlando Silva. Nessa emissora o apresentador Cesar de Alencar iniciou sua atividade como locutor comercial de seus programas. Quando Renato Murce tranferiu-se para a Rádio Nacional, o levou junto. Renato foi o criador do programa Papel Carbono, por onde passaram Chico Anísio, Agnaldo Rayol, Angela Maria, Doris Monteiro, Alaíde Costa, Baden Powell e outros que se consagrariam no mundo artístico.
Era um programa interessante que servia de “escada” para os aspirantes à radiofonia brasileira exibirem-se no palco da Radio Nacional sua vocações aos domingos, com a participação coadjuvante de Terezinha Nascimento, a Miss Mary (secretária), quando então ás 22 horas encerrava-se a trilha de sucesso da programação dominical da antiga PRE-8. Anos mais tarde, Papel Carbono seria apresentado na TV Tupi do Rio de Janeiro, prestigiado por J. Silvestre.
Renato Murce também criou “Piadas do Manduca”, um humorístico, radiofonizado e encenado com Sara Nobre, Lauro Borges, Eliana – bonita atriz de cinema, com quem se casou -, Alredo Viviane e outros artistas do cast da Rádio Nacional, programa esse que seria levado para a TV Rio na década de 60 com o mesmo prestígio radiofônico.
Lançou o livro Bastidores do Rádio, no Teatro Opinião, em 1976, em noite movimentada pelos inúmeros admiradores, como eu, para receber do “velho homem do rádio” sua assinatura firme e vitoriosa, edificada pelo que fez de bom no rádio brasileiro.
Renato Murce faleceu no dia 26 de janeiro de 1987.
(Fonte: www.historiasdofrazao.com.br)