Pioneiro no uso de efeitos especiais na fotografia

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Fotógrafo pioneiro no uso de efeitos especiais

Retrato de modelo no alto da torre Eiffel é vendida como cartão-postal.

Erwin Blumenfeld (Alemanha, 1897 – Roma, 1969), fotógrafo surrealista alemão que no final dos anos 30, une toques surrealistas com efeitos surpreendentes em suas obras. É considerado um dos maiores fotógrafos do século 20.

Apesar de ter feito fama e fortuna sobretudo por suas fotos de moda e publicidade, o alemão Blumenfeld também enveredou pelas artes plásticas.

Além de seu engajamento no movimento dadaísta, em Amsterdã, no fim da I Guerra Mundial.

Pioneiro no uso de efeitos especiais, Blumenfeld dominava a técnica de efeitos como a solarização, a mistura de imagens em negativo e positivo ou a sobreposição de imagens desfocadas e transparências coloridas.

Grande admirador de Man Ray (1890-1976), as imagens do alemão são claramente inspiradas no movimento surrealista. Mesmo em seus retratos, nus ou fotos de moda, a preocupação não era retratar a realidade, mas criar imagens surpreendentes usando distorções, efeitos e ângulos pouco convencionais.

Nascido na Alemanha em 1897, Blumenfeld começou a carreira na Holanda. No início dos anos 30, se mudou para Paris e começou a trabalhar para as revistas Verve e Vogue Paris, com a ajuda do fotógrafo Cecil Beaton (1904-1980). O retrato em que a modelo Lisa Fonssagrives aparece no alto da torre Eiffel se tornou icônica, sendo vendida até hoje como cartão postal da capital francesa.

Outro trabalho que ganhou destaque foi o registro que mistura uma fotografia de Hitler à imagem de uma caveira. Em sua biografia, o fotógrafo contou que cópias dessa obra teriam sido jogadas de avião sobre o território alemão durante a guerra, informação que nunca chegou a ser confirmada.

As pessoas que Blumenfeld retratava com sua câmara na capital holandesa não estavam muito dispostas a pagar por seus serviços, e a pequena loja de artigos de couro que ele mantinha como sustento faliu.

A saída foi se mudar, em 1936, para Paris, a cidade que recebia qualquer um com pretensões artísticas. Mas mesmo lá a situação não era diferente para um fotógrafo retratista: clientes de mais e dinheiro de menos. Até que Blumenfeld conheceu Cecil Beaton, célebre fotógrafo inglês que trabalhava para a Vogue.

Impressionado com a qualidade técnica do colega – até o fim da vida, Blumenfeld fez questão de revelar ele mesmo todas as suas imagens em preto e branco, obtendo resultados inusitados -, Beaton o apresentou para a direção de arte da revista.

Era o início de um período – que se estendeu até os anos 50 – no qual a fotografia de moda conheceu sua fase mais criativa. Disciplinado e profícuo, Blumenfeld incorporou a uma atividade francamente comercial não só elementos de sua experiência artística, mas também experimentações com luz, sombra, cor e superposição de imagens, tudo para retratar seu objeto favorito: o corpo feminino. Fazia questão de controle absoluto no estúdio: ajustava a luz, desenhava o cenário, escolhia as roupas e até maquiava as modelos.

Depois de passar por cinco campos de prisioneiros, no início da II Guerra Mundial, ele conseguiu reunir a família e se mudar para Nova York, onde, a partir de 1941, trabalhou para as revistas Harpers Bazaar, Vogue, Life e Cosmopolitan, além de fazer carreira na publicidade.

Nunca abandonou o trabalho autoral – como os nus femininos e os autorretratos – e, nos últimos dez anos de vida, dedicou-se a uma autobiografia que encarava como uma experiência literária legítima – publicado originalmente em 1975.

Blumenfeld colocou os elementos dadaístas no mainstream e influenciou fotógrafos como Irving Penn, Richard Avedon e Guy Bourdin. Detalhe irônico: durante sua longa carreira, Blumenfeld manteve relações tempestuosas tanto com diretores de arte como com curadores.

Blumenfeld faleceu repentinamente, fulminado por um ataque cardíaco em 1969, aos 72 anos, durante uma viagem de férias em Roma.

(Fonte: Veja, 30 de outubro de 2013 – ANO 46 – N° 44 – Edição 2345 – Fotografia/ Por MARIO MENDES, DE PARIS – Pág: 130/133)
(Fonte: http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2013/10 – GLOBO NEWS – Edição do dia 18/10/2013)

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