A primeira mulher na história a comandar um batalhão na cidade de Campinas
PM de Campinas tem a 1ª mulher no comando
O 35º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPMI), com sede em Campinas, tem agora um comando feminino. A tenente-coronel Carla Danielle Basson Niglia é a primeira mulher na história a comandar um batalhão na cidade. Vinda de uma família de policiais militares, ela disse que vai colocar o profissionalismo em primeiro lugar à frente do efetivo de cerca de 600 homens, responsáveis pelo patrulhamento em uma área que corresponde a um terço do município, além de Valinhos e Vinhedo.
A policial ingressou em 1991 na Academia de Polícia Militar do Barro Branco, em São Paulo. Depois de concluir a escola que forma os oficiais da Polícia Militar (PM), passou por diversas unidades, chegando a integrar as equipes da Força Tática, em Jundiaí. Ela também comandou o extinto pelotão de trânsito e duas companhias dos dois batalhões do município. Além de mestrado e doutorado profissional em ciências policiais de segurança e ordem pública — que a habilitaram a subir na carreira dentro da PM — a tenente-coronel é formada em direito pela Faculdade Anchieta, de Jundiaí.
Aos 43 anos, a oficial vai comandar em Campinas as equipes que trabalham em bairros como Nova Europa, Vila Industrial, Castelo, Bonfim e São Fernando, entre outros. O batalhão é um dos três da cidade. Sobre a indicação e o fato de ser a primeira mulher com este tipo de comando por aqui, ela disse se sentir “honrada” diante da escolha para o novo desafio. “Fiquei muito contente, só por estar aqui no 35º, que é um excelente batalhão. Fico feliz por ter chegado neste patamar na minha carreira. Não chegamos da noite pro dia, tem todo um legado”, afirmou.
O fato de ser mulher pouco vai mudar em termos operacionais, de acordo com Carla. As várias experiências tanto nas ruas, quanto na área administrativa, mostraram que o profissionalismo é o melhor caminho quando o assunto é o comando de equipes da PM, segundo ela.
“Só sou uma mulher. Eu procuro ser ética, profissional. A gente lida com vida, não dá para ter meio termo. A vida dos nossos comandados depende de algumas atitudes. A firmeza cabe em qualquer momento na nossa profissão. A sensatez e o equilíbrio também”, disse.
A comandante afirmou que pretende estimular o contato entre os policiais e as comunidades onde eles atuam. A iniciativa, base do chamado policiamento comunitário, já existe dentro do batalhão, mas segundo ela ainda precisa ser mais divulgada para a população. Com isso, é possível planejar as rondas e ir além da análise técnica feita a partir dos índices criminais. “Quando você tem o feedback da sociedade, tudo fica mais fácil. Você passa a ter algumas informações que são imprescindíveis para o dia a dia do policial e a população passa a identificá-lo. Quebra uma inacessibilidade, cria mais confiança.”
O retorno obtido nas ruas pode ser utilizado para o planejamento de operações que visem o aumento da sensação de segurança em localidades específicas, por exemplo.
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