PRIMEIRA CIDADE A LANÇAR CAMPANHA PARA REDUÇÃO DOS GASES POLUENTES AUTOMOBILÍSTICOS NO MUNDO
Ao se completarem 10 anos do Tratado de Kyoto, responsável por traçar metas de redução dos gases poluentes, percebemos que ainda não estamos conscientes da necessidade de agir para preservar o ambiente natural. Prova disso é o aquecimento global que enfrentamos, em boa parte provocado pelos automóveis, responsáveis por 40% dos poluentes lançados na atmosfera.
A renda da maioria dos brasileiros não é suficiente para adquirir um imóvel. Em contrapartida, revendas de automóveis oferecem inúmeras condições para financiar um veículo: taxas cada vez menores, prestações a perder de vista e o usado como entrada. Enfim, onde sobra facilidade para a aquisição do carro falta consciência ecológica. Puro comodismo que aumenta cada vez mais a freqüência dos engarrafamentos nas auto-estradas e ruas das cidades, na famosa hora do rush. No fim dos anos 90, mais precisamente em 1997, a cidade francesa de La Rochelle foi a primeira a lançar a campanha Na Cidade sem Meu Carro. Hoje, a iniciativa francesa se espalha mundo afora e se propõe a alertar a população sobre os problemas relacionados ao uso do automóvel, incluindo a quantidade e
também a diversidade de gases poluentes que afetam a saúde humana e ambiental.
Em fevereiro de 2000, mais de 14 países da União Européia se envolveram na ação. No Brasil, o resultado foi positivo, com 12 cidades em 2001 e 70 em 2006.
A versão brasileira da campanha, da qual Porto Alegre faz parte, consiste em atribuir às prefeituras a responsabilidade de delimitar um perímetro onde não haja circulação de automóveis. Nesse espaço, no dia 22 de setembro, em horários definidos, só poderão circular veículos que prestam serviços essenciais, além de ônibus, bicicletas, táxis e pedestres.
É um dia especial para que a população desperte a consciência para o uso racional e solidário do seu veículo, combatendo a poluição e reduzindo gastos públicos.
Estimular o desenvolvimento de novas tecnologias é fundamental para encontrar alternativas de locomoção sem agredir o meio ambiente. O uso do transporte coletivo, além da locomoção com bicicleta ou a pé, é uma forma de apoiar a iniciativa municipal e melhorar a qualidade do ar que respiramos.
Num país, como o nosso, onde 5 milhões de novos carros são lançados nas vias públicas, conforme dados da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), é imprescindível buscar alternativas sustentáveis de mobilidade no planejamento urbano e uso de combustíveis renováveis e não poluentes. Mas, se não houver esforço educacional, seja individual, seja coletivo, e vontade política, a ação global perderá o sentido. Cabe a cada um de nós fazer a sua parte para salvar o planeta.
(Fonte: Correio do Povo Ano 112 N.º 357 OPINIÃO – sábado, 22 de setembro de 2007 Maria Carolina Borne, aluna do curso de Jornalismo do IPA
pág; 04)