Milton Erickson (Aurum, Nevada, 5 de dezembro de 1901 – Phoenix, Arizona, 25 de março de 1980), psiquiatra, que trabalhou com hipnoterapia, um trabalho utilizando estados hipnóticos dentro do processo terapêutico. É muito diferente de hipnose. É utilizar estados hipnóticos, estados alterados de consciência, visualizações, dentro do processo de psicoterapia. Milton Erickson foi extremamente criativo.
Erickson era um grande humanista. Ele era extremamente original, criativo, uma pessoa interessante. Ele era um caipira americano, “menino da roça”, e ele teve poliomielite, aos 17 anos. Numa época em que não havia cura, não havia o que fazer, então, o prognóstico é que ele ficasse paralítico, primeiro que ele morresse mas ele sobreviveu, que ele ficasse paralítico a vida toda. E ele começou observando uma irmãzinha pequenininha, ele com 17 anos e a irmãzinha com 9 meses engatinhando pelo chão, aprendendo a andar e ele conseguiu, observando esta irmãzinha, ele conseguiu aprender a andar novamente.
Ele foi um homem excepcional, ele andava com uma bengala, com ajuda, mas conseguiu ficar de pé, mexer primeiro os braços, depois as pernas, tem histórias fantásticas deste homem. Conseguiu fazer uma faculdade de medicina, conseguiu ser um grande psiquiatra e criou um trabalho que é dele, que é a hipnoterapia ericksoniana, que é excepcionalmente criativo, diferente. Ele manteve o defeito físico a vida toda. Inclusive ele voltou mais tarde a ter uma outra crise de poliomielite e ele, mais tarde, ficou muito inválido. Trabalhava em cadeira de rodas, ele teve uma degeneração de nervos, de músculos, ele falava com dificuldade, ele tinha muitas dificuldades físicas.
Ele foi um homem muito doente, mas com uma alegria de viver incrível, com senso de humor incrível, o trabalho tem muito senso de humor, é um trabalho contagiante.
Foi criada a Fundação Milton Erickson, nos Estados Unidos (desde que ele faleceu foi fundada uma Fundação in memorium). Quem trouxe realmente o movimento foi o José Carlos Vítor Gomes, de Campinas, é um psicólogo que tinha uma editora na época, a editora Psy, e ele quis trazer os livros. Ele lia Erickson, gostava muito e quis trazer os livros do Erickson. Ele convidou Jeffrey Zeig, que é o presidente da Fundação Milton Erickson, nos Estados Unidos (desde que ele faleceu foi fundada uma Fundação in memorium e ele é o presidente). Ele quis trazer o J. Zeig, traduzir os livros do Jeffrey Zeig sobre terapia ericksoniana. O intuito dele era trazer o Jeffrey Zeig, para fazer palestras, dar cursos, ajudar a venda do livro e da tradução do livro do Milton Erickson e ele, na verdade, conseguiu trazer o Zeig para o Brasil para o curso, começou a traduzir os livros, o mérito, neste sentido, foi muito mais dele.
Maria Margarida Moreira Jorge de Carvalho (1932- ) Magui, psicóloga ajudou muito o José Carlos a trazer o Zeig, ela já tinha cursos, já tinha clientes, já tinha o movimento, juntaram: o seu trabalho, com a iniciativa de José Carlos, econômica no caso, porque trazer o Zeig custava dinheiro. E esse foi o início do Erickson aqui no Brasil. Hoje já existem muitos institutos: foi fundado, aqui em São Paulo, um primeiro instituto ericksoniano. O Zé Carlos Vítor Gomes, a Marília Baker, que é uma brasileira que mora nos Estados Unidos (na época ela estava em S. Paulo) e ela morava em Fênix, no Arizona, onde fica a fundação, onde morava Milton Erickson e ela trabalhou lá um tempo. Os três foram a primeira diretoria do primeiro instituto brasileiro. E depois disso foram fundados muitos outros: de Belo Horizonte, Rio Grande do Sul, Vitória. Hoje existem muitos institutos, pelo Brasil.