Primeira empresa no Brasil à transportar passageiros

Em 17 de junho de 1922, os portugueses GAGO COUTINHO e SACADURA CABRAL chegaram ao Brasil, concluindo seu voo pioneiro, da Europa para a América do Sul. E em 1927 seria terminada, com êxito, a travessia do atlântico, pelos aviadores brasileiros JOÀO RIBEIRO DE BARROS e NEWTON BRAGA, no avião “jaú”, hoje recolhido ao museu Ipiranga.
A primeira empresa no Brasil à transportar passageiros foi a Condor Syndikat, no hidroavião “atlântico”, ainda com a matrícula alemã d-1012. A 01º de janeiro de 1927, transportou do Rio de Janeiro para Florianópolis o então ministro da aviação e obras públicas, Dr. VITOR KONDER, e outras pessoas.
A 22 de fevereiro de 1927, iniciava-se a primeira linha regular, a chamada “linha da lagoa”, entre Porto Alegre, pelotas e Rio Grande.

 

 

 

Conservação dos acervos varia

 

Se juntados os três principais acervos de aviões antigos do Estado de São Paulo, o total de aeronaves faria a maior coleção da América Latina: 73.
São os 40 aviões da Fundação Eductam, os 18 do Museu Eduardo Andrea Matarazzo, de Bebedouro (383 km de São Paulo) e os 15 da Fundação Santos-Dumont.
A maneira como tem sido preservados varia muito. Os aviões de Bebedouro estão ao ar livre, expostos à chuva e ao sol; os da Eductam estão em hangares; os da Fundação Santos-Dumont têm sido maltratados de diversos modos ao longo dos anos, seja por cupins, seja por vândalos.
Os 15 aviões da Santos-Dumont ficavam no Museu de Aeronáutica, no parque Ibirapuera, até serem expulsos em 99 para dar espaço à Mostra do Redescobrimento. O prédio foi reformado. Mas nada garante que os aviões voltarão para lá depois.
Criado em 1959, o museu foi fechado ao público em 1986. Os aviões foram se deteriorando e alguns foram vandalizados. Por exemplo, o Cessna 140 que foi pilotado pela aviadora Ada Rogato teve seu motor e hélice desaparecidos, provavelmente furtados.

 

Pioneirismo

 

A mais importante peça do acervo, o hidroavião Savoia-Marchetti S.55, batizado Jahú, cruzou o Atlântico em um vôo pioneiro em 1927 pilotado pelo aviador João Ribeiro de Barros. O veterano avião estava sendo atacado por cupins e foi submetido a uma “restauração” amadorística, que incluiu até pintá-lo com uma cor berrante e falsa, o que deixou horrorizados os cerca de 80 sócios da Associação Brasileira de Aeronaves Antigas e Clássicas (Abaac).

 

Em outubro passado, o Jahú foi retirado do museu para ser restaurado -desta vez de verdade- sob guarda da Polícia Militar. O interesse se explica pela história do avião. Um dos quatro tripulantes de 1927 era aviador da Força Pública (antigo nome da PM), o co-piloto João Negrão.

 

Os outros 14 aviões foram levados provisoriamente ao Cemucam (Centro Municipal de Campismo), da prefeitura paulistana, mas localizado em Cotia (35 km de São Paulo). A princípio foram deixados de qualquer jeito, desmontados e ao ar livre. Agora já estão mais bem abrigados, mas ainda longe das condições ideais, e com um futuro incerto.

 

“Entrei em contato com o Jorge Yunes, presidente da Fundação Santos-Dumont, para ver se eles nos emprestam os aviões em comodato”, disse João Francisco Amaro, responsável pelo futuro museu Asas de Um Sonho. Uma resposta ao pedido vai depender do conselho da fundação.

 

Apesar de relativamente pequeno, o acervo do Museu de Aeronáutica é representativo da aviação civil e militar brasileira e também da história da construção aeronáutica no país. Ele inclui um protótipo do avião de passageiros Bandeirante, da Embraer, e modelos pioneiros fabricados no Brasil, como um Muniz M7 e um feito pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), o Stratus.

 

Igualmente representativos são o Waco CSO, usado em combate na Revolução Constitucionalista de 1932, e o Republic P-47D Thunderbolt, do 1º Grupo de Caça, que lutou na Itália em 1944-45.

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano – FOLHA DE S.PAULO / COTIDIANO / especial para a Folha – São Paulo, 22 de abril de 2000)

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