PRIMEIRA EXPOSIÇÃO DE AUTOMÓVEIS NO RIO DE JANEIRO
A curiosidade popular em torno dos automóveis permitiu o surgimento, na década de 20, de um programa que faz sucesso até hoje: ver automóveis parados e expostos à visitação pública. A primeira dessas exposições ocorreu em outubro de 1923, no Parque Dom Pedro, em São Paulo.
Orgulhosos proprietários, como o conde Matarazzo, expõem suas preciosidades, ao lado de representantes das empresas estrangeiras, que embarcam para cá os mais recentes ditames em modelos e estilos. Nada menos que 25 marcas européias e americanas de automóveis se fazem representar e a grande atração acaba sendo o Cadillac, da Chevrolet americana, com suas linhas fascinantes e futurísticas.
Para os mais sabidos, há o HSC americano, menos deslumbrante que o Cadillac, mas com um incrível motor de seis cilindros e 80 cavalos (como comparação, o Ford Corcel, lançado no Brasil 46 anos depois, teria quatro cilindros e 64 cavalos).
O sucesso da I Exposição do Automobilismo daria origem a todos os salões do automóvel que existem até hoje. Em 1925, ocorreu á primeira no Rio, promovida pelo Automóvel Club do Brasil. A terceira exposição paulistana, também em 1925, atrairia 100 mil visitantes, um quarto da população da capital, e iniciaria a moda de expor produtos que não tinham nada a ver com automóveis: como aparelhos de som e utilidades domésticas.
Ao todo, São Paulo promoveria cinco dessas exposições e o Rio de Janeiro, duas. Mas, a partir da quebradeira da economia mundial (com a derrocada da Bolsa americana, em 1929, potencializada pelo início da Segunda Guerra Mundial, em 1938), as exposições entrariam no limbo e só seriam resgatadas, com furor renovado, a partir de 1960.
(Fonte: Revista QUATRO RODAS ESPECIALEdição Especial0418 N.º 507B Editora ABRIL O AUTOMÓVEL NO BRASIL Capítulo II -O Carro no Brasil Pág. 34)