Primeira igreja evangélica do Brasil
Foi preciso esperar a Independência do Brasil, em setembro de 1822, para que o país deixasse de ser 100% católico, escreveu Elben Lenz César, em seu livro História da Evangelização do Brasil (editora Ultimato, 2000), lembrando que a Constituição de 1824 proibia os protestantes de construir igrejas com torre, sino e cruz. O documento afirmava, em seu artigo 5.°: A Religião Catholica Apostólica Romana continuará a ser a Religião do Império. Todas as outras religiões serão permitidas com seu culto doméstico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior do Templo (com a grafia da época).
Desde aquela década do século XIX, os 2.500 evangélicos existentes no país tornaram-se 26 milhões.
O estudo, divulgado em 2007 pelo IBGE, mostra que o número de evangélicos no país saltou de pouco mais de 1 milhão em 1940, para mais de 26 milhões (2600% de crescimento), no mesmo período, a população do país apenas triplicou.
Para se ter idéia da dimensão do crescimento, Mato Grosso do Sul tinha 5 mil evangélicos em 1940. Em 2000, esse número tangenciou os 380 mil.
Outra pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas na mesma época, demonstrou que o número de evangélicos brasileiros seria de 33,7 milhões em 2007.
A história registra outras surpresas: o primeiro culto protestante em solo brasileiro ocorreu em 10 de março de 1557, apenas meio século após a reforma de Lutero. O culto aconteceu no forte Coligny, na ilha de Serijipe, hoje Villegaignon, onde foi servida a primeira ceia do modo evangélico e organizada a primeira igreja evangélica do Brasil e da América do Sul. Quem promoveu a ocasião foram os franceses calvinistas que fugiam da perseguição religiosa na Europa.
No Nordeste, em meados de 1630, a reboque da invasão holandesa em Pernambuco, é organizada a Igreja Holandesa Reformada, com o batismo do primeiro brasileirinho, em 20 de setembro de 1634, cujo nome era Domingos Fernandes Filho, filho de Domingos Fernandes Calabar, membro da Igreja Cristã Reformada, este estrangulado e esquartejado pelas forças portuguesas de Matias de Albuquerque em julho de 1635, 10 meses após o batismo do filho.
O Departamento de Pesquisas do Sepal Serviço para a Evangelização da América Latina, realizou um levantamento com base em dados dos censos de 1980, 1991 e 2000. Em 1970, constatou-se uma população evangélica de 4,8 milhões; em 1980 de 7,9 milhões; em 1991 de 13,7 milhões e em 2000 de 26,1 milhões. Conforme noticiou a agência Reuters de notícias, esses números seriam de 31 milhões em 2003, o que representaria cerca de 18% da população. Segundo projeções do SEPAL, se o crescimento constatado entre 1991 e 2000 continuar no mesmo ritmo, a população evangélica brasileira poderá chegar a 55 milhões em 2010, e a 50% da população no ano 2022.
Segundo a Agência de notícias Reuters, embora o Brasil ainda seja o país com o maior número absoluto de católicos no mundo, cerca de 125 milhões, sua proporção caiu rapidamente nas últimas três décadas.
Quando o papa João Paulo II veio ao Brasil, em 1980, 89% dos brasileiros se consideravam católicos. Em 2000, a proporção de católicos na população tinha caído para 73, 89% e, segundo estudo recente da Fundação Getúlio Vargas, a porcentagem se estabilizou em 2003, com a taxa em 73,79%.
O número de evangélicos quase triplicou no mesmo período, chegando a 31 milhões em 2003, o que representava cerca de 18% da população.
PORCENTAGEM DOS EVANGÉLICOS EM RELAÇÃO À POPULAÇÃO DO BRASIL
ANO PORCENTAGEM DE EVANGÉLICOS
1890 1%
1960 4%
1970 5%
1980 6%
2000 16%
2003 18%
2008* 26%
(Fontes: IBGE e órgãos evangélicos diversos. *Estimativa.)
(Fonte: Rio Grande Gospel N° 64 Junho/Julho 2008 Ano 8 Porto Alegre/RS Igreja – Por Carlos Gasparotto Pág; 22)