PRIMEIRA IMIGRAÇÃO JUDAICA ORGANIZADA PARA O BRASIL

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PRIMEIRA IMIGRAÇÃO JUDAICA ORGANIZADA PARA O BRASIL

Assembléia saúda imigração judaica
Deputados celebram os cem anos da vinda das primeiras famílias ao Rio Grande do Sul
Deputados de todos os partidos com representação na Assembléia Legislativa usaram ontem o seu horário nobre, denominado Grande Expediente, para homenagear os cem anos da imigração judaica no Rio Grande do Sul.
A homenagem foi proposta por Flávio Koutzii (PT), único deputado estadual de origem judaica na atual legislatura e segundo na história da Assembléia. O outro parlamentar judeu que atuou no Rio Grande do Sul foi Henrique Henkin, militante do PTB antes do golpe militar de 1964 e ontem presente na sessão, sendo ovacionado pela platéia.
Como todas as etnias que se fixaram em nosso Estado, os judeus fugiam da pobreza. Mas, o que é mais dramático, tentavam escapar também das perseguições e dos guetos na Europa – disse Koutzii.
Os discursos na Assembléia lembraram as perseguições sofridas pelos judeus ao longo da História. Foram escravizados por babilônios e egípcios, expurgados por romanos, perseguidos por espanhóis e portugueses durante a Inquisição e, no século 20, trucidados por russos e alemães.
Uma das regiões mais atingidas pelas perseguições na Rússia foi a Bessarábia, de onde vieram os primeiros judeus a se instalarem no Rio Grande do Sul.
Para festejar os cem anos da chegada dos judeus ao Brasil, a Federação Israelita do Rio Grande do Sul (Firgs) lançou ontem o projeto Centenário da Primeira Imigração Judaica Organizada para o Brasil, com atividades até o fim do ano.
Santa Maria acolheu colonos em 1904
Entre os destaques estão um concerto da Ospa e o lançamento de um livro e o de um documentário, além da reinauguração do Museu Nacional das Migrações Judaicas, instalado no segundo andar da Firgs, na Rua João Telles, 329, que será aberto ao público.
A primeira comunidade de judeus no Brasil se formou há cem anos na Colônia de Philippson, num ex-distrito de Santa Maria, hoje município de Itaara. As 38 famílias de artesãos e comerciantes chegaram ao Estado em 18 de outubro de 1904, vindas da Bessarábia, atualmente a Moldávia, e se tornaram agricultores por necessidade, em busca de uma vida melhor.
A segunda onda migratória ocorreu às vésperas da II Guerra Mundial e trouxe judeus urbanos que fugiam da perseguição nazista na Alemanha.
Barão de Philippson, um dos promotores da vinda dos primeiros imigrantes ao Brasil).

(Fonte: Jornal Zero Hora – 15 de abril de 2004 – História – Edição nº 14116)

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