Primeira mulher a ocupar o cargo de diretora do Sindicato da Habitação de São Paulo
A importadora Koema, de Rose Koraicho, não foi a que mais metros quadrados construiu em 2007, nem a que mais faturou. Porque Rose não quis. Há dois anos , quando construtoras e incorporadoras começaram a unir forças para criar grandes negócios, a Koema somava quarenta funcionários, ocupava um escritório luxuoso e acumulava quatro prêmios Máster, o Oscar do ramo, por empreendimentos como o Credicard Hall. Rose era ainda, pelo segundo ano consecutivo, diretora do Sindicato da Habitação de São Paulo. Detalhe: foi a primeira mulher a ocupar o cargo. Sua incorporadora era também a única de São Paulo comandada por uma mulher, e um sucesso absoluto.
Mas ao receber uma proposta de compra, Rose colocou o pé no freio. Não estava feliz. Tinha virado escrava do trabalho. Resultado: mandou trinta funcionários embora e mudou tudo para um local mais simples. Atualmente a Koema ocupa um nicho: é uma incorporadora-butique, procurada para executar projetos audaciosos e meticulosos.
Para entender a decisão de Rose, é preciso retroceder até 1988. Aos 28 anos e com o caçula de 10 meses nos braços, ela cansou de seguir o roteiro traçado por seu pai, um dos pioneiros do comércio na Rua 25 de Março. Tirou o pó do diploma de desenho industrial e pediu emprego ao pai, que então alugava 500 imóveis pela cidade. Ganhou trabalho de secretária. Um dia quando percebeu que a renegociação de contrato ia mal, pegou o telefone do parceiro de negócios e, com jeito, acertou os ponteiros. Quando seu pai morreu, em 1996, Rose conversou com o irmão, vendeu tudo e abriu a Koema tupi-guarani para renascer.
(Fonte: Revista Veja Mulher Especial – N° 2062 Editora Abril Ano 41- Maio/junho de 2008 Pág; 33)