Benazir Bhutto (1952-2007), ataque suicida mata Benazir Bhutto. Assassinato
de Benazir provocou onda de violência no Paquistão, com ataques a prédios e
veículos governamentais. Seguidores foram às ruas lamentar a sua dor pela
perda da líder respeitada em todo o mundo. Um ataque suicida matou ontem a
ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto, de 54 anos. Uma das
favoritas nas eleições parlamentares de 8 de janeiro, Bhutto morreu após
proferir um discurso em Rawalpindi, cidade próxima à capital Islamabad. Ela
foi baleada por um terrorista que, logo após atingir a expremiê, se explodiu
em meio à multidão.
Outras 20 pessoas morreram no atentado e 40 ficaram feridas. Bhutto chegou a
ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
O assassinato desencadeou uma onda de protestos por todo o país, que
causaram pelo menos 14 mortes.
O presidente Pervez Musharraf condenou o atentado e decretou três dias de
luto. Paralelamente, forças paramilitares foram colocadas em “alerta
vermelho” em todo o país. O ex-premiê Nawaz Sharif convocou para hoje uma
greve geral no país e pediu á renúncia imediata de Musharraf, a quem
considera “a fonte de todos os problemas da nação”.
O funeral de Bhutto ocorrerá em Sukkur, na região de Larkana, e será
acompanhado pelo marido dela, Asif Zardari, e pelos três filhos do casal. O
enterro está previsto para hoje.
Adversária de Musharraf, Bhutto era a figura política mais conhecida no país
e uma das raras mulheres líderes do mundo islâmico. Ela ficou à frente do
governo entre 1988 e 1996. Benazir voltou do exílio em 18 de outubro, após
oito anos morando na Inglaterra.
Uma dinastia marcada a sangue. Islamabad – O atentado que vitimou Benazir
Bhutto tornou-se o mais recente episódio da trágica tradição da família
Bhutto, a dinastia mais célebre do país. “Não escolhi esta vida, ela me
escolheu”, escreveu Benazir na introdução da última edição de suas memórias.
O pai de Benazir, Zulfiqar Ali Bhutto, primeiro chefe de governo populista
do Paquistão foi deposto em golpe de Estado em 1977 e enforcado pelo ditador
militar Zia ul-Haq em 1979.
Os irmãos dela, Murtaza e Shahnawaz, precisaram deixar o país. A mãe,
Nusrat, e Benazir passaram muitos anos na cadeia ou em prisão domiciliar.
Em 1985, Shahnawaz foi encontrado morto por envenenamento em seu apartamento
de Cannes (Sul da França). Em 1986, Benazir voltou ao Paquistão
e escapou de um atentado em 1987. Em 1988, ela se tornou a primeira mulher
no mundo a ser primeira-ministra em um país muçulmano.
Em 1996, Murtaza, suspeito de atividades terroristas, foi morto pela Polícia
em Karachi. Depois do exílio em Londres, para fugir de acusações de
corrupção, Benazir voltou ao Paquistão em 18 de outubro deste ano, mesmo dia
em que escapou de um atentado duplo, no qual morreram 139 pessoas.
(Correio do Povo – ANO 113 – Nº89 – INTERNACIONAL/POLÍTICA – sexta-feira, 28
de dezembro de 2007 – Pág; 07)
Primeira mulher no mundo a ser primera-ministra em um país muçulmano
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