Primeira pessoa do mundo cujo genoma foi desvendado e divulgado
O biólogo americano James Watson entrou para a História nos anos 50 como um dos descobridores da estrutura do DNA, a molécula que contém o material genético de todo ser vivo.
O pioneiro e que sempre adorou uma polêmica volta a lançar tendência. Watson se tornou a primeira pessoa do mundo cujo genoma foi desvendado e divulgado a quem tiver curiosidade de conhecê-lo. Em maio de 2007, o prêmio Nobel de Medicina recebeu um DVD recheado com a seqüência dos 6 bilhões de letras químicas que formam seu código genético.
Eu sempre quis ser um herói, afirma Watson, conhecido por ter um ego tão avantajado quanto a inteligência. Ele diz ter concordado em tornar pública sua intimidade para estimular outros indivíduos a encomendar o seqüenciamento de seus genomas. Watson acredita que informações genéticas personalizadas estimulariam a população a adotar hábitos saudáveis e, com isso, evitar doenças.
Os cientistas já descobriram que mutações genéticas podem levar ao desenvolvimento de várias doenças. E a cada dia novas mutações são anunciadas. Com o genoma completo em mãos, o paciente poderia checar se ele tem essas variações. Caso tenha, poderia começar um programa de prevenção para evitar a manifestação da doença.
E por que ter o genoma inteiro seqüenciado, em vez de apenas realizar testes genéticos específicos para algumas doenças? A principal vantagem vem do fato de que nenhum gene é uma ilha. Na maioria das doenças, o efeito de um gene sobre a saúde depende da relação dele com outros genes.
O seqüenciamento do genoma de cada indivíduo seria um passo importante para chegar à tão sonhada medicina personalizada aquela em que as doenças poderiam ser previstas e evitadas a tempo e o efeito dos remédios em cada organismo poderia ser determinado com exatidão. Mas esse recurso seria de pouca utilidade nas doenças em que o estilo de vida faz toda a diferença.
(Fonte: Época N° 485 3 de setembro de 2007 Por Marcela Buscato Saúde&Bem-Estar Pág; 62 à 66)