Primeira ponte em ferro no Brasil

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Primeira ponte em ferro no Brasil
Pontes, viadutos e passarelas: uma travessia de fascínio, orgulho e desenvolvimento.
Como seria se tivéssemos que atravessar um rio, riacho ou mesmo uma rodovia sem utilizarmos uma ponte, viaduto ou uma passarela? Esta preocupação é muito antiga, porque desde a remota Antigüidade, quando as populações começaram a se agrupar em comunidade (aldeias, vilas e cidades) surgiram as primeiras pontes. Estas têm sido sempre motivo de fascínio e orgulho de seus usuários e construtores e prova do desenvolvimento de um povo.
Excluindo as pontes pênseis para pedestres feitas pelas tribos primitivas em cipó, os primeiros materiais a serem usados em construção de pontes foram a pedra e madeira.
As mais antigas pontes de pedra foram construídas em Roma empregando técnica dos arcos aprendida com os etruscos. E dentre estas podemos citar três das mais antigas ainda hoje servindo a população de Roma: Ponte Fabrício (62 A.C.), ponte São Ângelo (134 D.C.) e a ponte de Cestio (365 D.C.).
Com relação às pontes de madeira há notícias de que os romanos as usaram para a travessia de rios largos, como o Reno e o Danúbio. Durante a renascença, no século XVI, o arquiteto Palladio, usando treliças triangulares elaboradas por ele, construiu vãos de 30 metros. É importante notar que foi Palladio quem primeiro declarou os três princípios básicos a serem adotados no projeto de uma ponte: adequada, bonita e durável. Como exemplos podemos citar as pontes Grubenmann, na Suíça, construída em 1757 sobre o Reno com dois vãos de 52 e 59m; a ponte sobre o Rio Elba, em Wittemberg, na Alemanha, tendo 14 vãos de 56m em treliça Howe, construída em 1848; a Ponte Cascade, nos Estados Unidos, com 53m de vão e 90m de comprimento, segundo Culmann a estrutura mais bonita em madeira na América.
Em torno de 1840 começou o período de transição entre pontes de madeira e de ferro que durou aproximadamente 40 anos.
A primeira ponte a usar ferro fundido foi construída pelo exército alemão sobre o Rio Oder, na Prússia, em 1734; a primeira ponte toda em ferro fundido foi construída em 1779, na Inglaterra, para um vão de 31m com 15m de largura e comprimento total de 59m. Em 1857 foi construída, o que acreditamos seja a primeira ponte de ferro no Brasil, que é a ponte de Paraíba do Sul com vão de 30m em treliça arqueada, com largura de 6m. Esta obra de arte foi construída pelo Barão de Mauá, sendo fundida em estaleiro na Ponta de Areia em Niterói, sob a supervisão de engenheiro inglês Dadgson. É curioso notar que foi esta ponte a primeira no país onde se cobrou pedágio: 100 réis por cavaleiro e 60 réis por cabeça de gado. Em serviço até hoje, sofreu uma reforma pela FEM, em 1981, constituindo após 127 anos um excelente exemplo de durabilidade das pontes metálicas.
No Brasil, as primeiras pontes em treliças totalmente em aço foram construídas há cerca de 100 anos: a de Barão de Juparanã com 9 vãos de 13,40 e dois de 25m, com comprimento total de 170m, em curva, com 4,2m de largura, datada de 1874; a Ponte Benjamin Constant, em Manaus, com vão central de 60m e 2 vãos de 30m e treliça Gerber tipo Pratt com largura de pista de 10,5m e total
de 14,5m, cuja construção data de 1880. Ambas as pontes ainda se encontram em uso sendo que a de Manaus foi reparada pela FEM em 1969.
Vale ressaltar uma palavra sobre as pontes pênseis que por si só já são uma história, registrando a construção, no Brasil, da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, em 1926, com 340m de vão livre e comprimento total de 840m. Em 1913, no centro de São Paulo, foi construído o Viaduto Santa Efigênia, em arco treliçado, recentemente pintado e iluminado. E em 1900 a ponte de Barra do Piraí, em treliças, com 5 vãos livres 47m, tendo 7m de pista, funcionando originalmente como rodoferroviária.
Terminado a fase das vigas em arco e treliça, começaram a surgir as pontes em vigas caixão, estaiadas e mistas; o grande desenvolvimento deste tipo de ponte veio a partir de 1945 após a 2ª Guerra Mundial.
Viaduto Nossa Senhora das Graças, foi construído entre 1966/1967 com 215m de comprimento, vãos de 30 e 20m, 17m de tabuleiro e largura da pista de 13m. Neste viaduto foi utilizado pela primeira vez o Aço Corten de Alta Resistência a Corrosão, sendo as vigas formadas por chapas e cantoneiras rebitadas, trabalhando em estrutura mista, estando o aço em perfeitas condições apesar do tempo.
As pontes estaiadas são econômicas com piso em caixão ortotrópico para vãos em torno de 350m, sendo o maior sucesso a ponte Severin, em Colônia (1960).
Pontes mistas – A partir de 1930 e incrementado após a 2ª Guerra Mundial, tiveram início as pontes mistas aço-concreto, onde o tabuleiro é de concreto e a viga é de aço, podendo ser em perfil laminado, soldado ou viga caixão. Neste tipo de ponte o aço trabalha junto com o concreto, cada qual na sua melhor função.

(Fonte: Construção Metálica – Edição 71 – 2005 – I ISSN 1414-6517 – Pág; 8/9)

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