Caíque dos Santos, o primeiro bebê brasileiro e o quinto do mundo a receber
uma intervenção cardíaca ainda dentro do útero. Caíque fez a operação para
desobstrução da válvula aórtica. A responsável foi á cardiologista fetal
Lílian Lopes, uma das especialistas da equipe do Hospital das Clínicas em
São Paulo, que operou Caíque. Lílian trouxe essa técnica de Londres, na
época único lugar do mundo em que já se realizou esse tipo de intervenção
dentro do útero da mãe.
O bebê teria morrido antes de nascer se a cirurgia não fosse realizada.
Quando o caso de Caíque chegou a nossas mãos não havia outra solução além da
operação. Sua válvula aórtica, que controla o fluxo de sangue do coração,
estava praticamente emperrada. Com isso o ventrículo direito do bebê cresceu
o suficiente para ser confundido com um coração de um menino de 10 anos.
Devido a uma segunda cirurgia reparatória no Instituto do Coração, Caíque
acabou não resistindo, nasceu na manhã do dia 14 de outubro e faleceu à
noite, em São Paulo, cirurgia está realizada por Adib Jatene, um dos maiores
cirurgiões cardíacos do Brasil.
Dificilmente Caíque seria salvo por qualquer outra equipe médica do mundo.
Seu caso, no entanto, abriu uma discussão sobre os limites médicos éticos
desses novos procedimentos. A mãe de Caíque teria perdido um feto há alguns
meses quando ele apresentou a doença. Acabou perdendo um bebê que viu
nascer.
(Fonte: Revista Veja, 20 e 27 de outubro, 1993 – MEDICINA – DATAS – Ano26 –
Nº43 – Nº 42 – Edição1310/1311 – pág; 84/85/86/87/88 e 89/100)
PRIMEIRO BEBÊ BRASILEIRO A SER SUBMETIDO A UMA CIRURGIA CARDÍACA
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