Brasileiro descobre 1º buraco negro adormecido fora da Via Láctea
- Buraco negro é acompanhado de uma estrela irmã, uma azul quente com massa 25 vezes a do Sol;
- Leonardo Almeida participou da equipe internacional que encontrou a estrela colapsada;
- Por não emitir raios-x, ele é considerado adormecido.
O professor de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Leonardo Almeida, fez parte da equipe que descobriu o primeiro buraco negro adormecido com uma estrela companheira fora da Via Láctea, localizado na região da na região da Nebulosa da Tarântula, próximo à Grande Nuvem de Magalhães, galáxia vizinha a nossa.
A descoberta veio após muita análise por parte da equipe de pesquisadores do projeto “Tarantula Massive Binary Monitoring”, que analisou 51 sistemas binários espectroscópicos de linha única. Sistemas binários são aqueles em que uma estrela gira em torno da outra.
Apenas um desses sistemas, o VFTS 243, apresentava uma assinatura em linhas espectrais, provenientes de um componente escondido. No início Tomer Shenar, líder do estudo, e Kareem El-Badry, um dos coautores, estavam céticos sobre a existência de um buraco negro nesse local.
Almeida também possuía suas dúvidas, mas não descartou a possibilidade. “Como o resultado se tratava de algo difícil de ser medido sem ambiguidade, chegar ao resultado de um buraco negro fidedigno foi um processo árduo de investigação realizado por todos os colaboradores”, afirmou.
Os buracos negros de massa estelar são menores do que os supermassivos. Na verdade, eles eram estrelas, com massas entre 5 a 50 vezes maiores que a do Sol, que chegaram ao fim de suas vidas, desmoronando sobre sua própria gravidade.
A descoberta é interessante pois, em sistemas binários, o buraco negro acaba girando em torno de uma estrela que ainda emite luz. Por não emitir raio-x, ele é considerado adormecido, sendo somente visível por conta de sua estrela companheira.
Estima-se que o VFTS tenha nove vezes a massa do Sol, e sua estrela companheira é uma azul quente, com 25 vezes a massa do nosso astro. Os pesquisadores esperam que a descoberta ajuda novas pesquisas por outros buracos negros de massa estelar, uma vez que mais informações sobre eles agora é conhecida.