Primeiro campo de petróleo no mar
Desde a primeira descoberta no mar, os peixes do litoral brasileiro começaram a batizar os campos de petróleo. O primeiro peixe surgiu em 1968, em Sergipe. A escolha do nome partiu de um geólogo da Petrobras, que acabara de comprar um livro chamado Os peixes do Brasil. Na obra, encontrou, entre centenas de espécies, a Guaricema, peixe de águas quentes comum no litoral sergipano. Estava decidido o nome do primeiro campo de petróleo no mar. Nasceu ali a decisão de batizar com nomes de peixes os futuros campos na plataforma continental. Em 1969 veio o campo de Caioba. Logo vieram Dourado, Camorim, Tigre, Arraia e Robalo, todos no litoral nordestino. Os nomes eram excolhidos sem critério, até que se decidiu elaborar algumas normas internas, simples e genéricas, para o batismo. O nome deveria ser de um exemplar comum na região da descoberta. Além disso, o ideal era escolher um peixe cujo tamanho correspondesse às perspectivas da produção.
Em 1974, a Petrobras fisgou seu primeiro peixe no litoral do Estado do Rio, e inaugurou, com Garoupa, a Bacia de Campos. Nos anos 80, a Petrobras rumou para águas profundas, e aí encontrou um de seus maiores peixes: o gigante albacora, na Bacia de Campos. Nessa época, a lista de nomes de peixes da região das descobertas começou a se esgotar. A saída foi usar o nome de exemplares de qualquer ponto do litoral brasileiro.
A partir da década de 90, a escassez de nomes de peixes determinou que se usassem nomes de seres marinhos. Foi quando surgiram os campos de Estrela do Mar, Caravela e Coral, na Bacia de Santos, e o Parque das Baleias, no mar do Espírito Santo, com os campos de Jubarte, Baleia-Azul, Baleia-Anã, Cachalote, Golfinho e Baleia-Franca.
(Fonte: Isto É 1907 10 de maio de 2006 Educação Pág; 37/38/39)