A guerra do Kippur, em 1973, provocou o primeiro choque petrolífero mundial. Os países do Golfo elevaram o preço do barril em 70% e limitaram a produção. Em 1974, o Kuwait e o Qatar assumiram o controle (em até 60%) das companhias que atuavam em seu território. A Arábia Saudita fez o mesmo antes de nacionalizar completamente a Aramco (Arabian-American Oil Company) em 1976.
Os produtores, desse modo, transformaram-se nos senhores do jogo. As companhias perderam a capacidade de ditar os preços na boca dos poços. Mas conservaram, e mantêm ainda hoje, a primazia sobre o refinamento, o transporte e a comercialização do óleo.
Em 1940, a região produzia 5% do petróleo mundial. Em 1973, na época do choque petrolífero, atingia 36,9%, impondo-se como interlocutora obrigatória e como aliada indispensável das economias ocidentais. Por menos de 40 anos, o conjunto do petróleo do Oriente Médio ficou sob o controle das grandes potências econômicas. Trinta anos depois das descobertas, as relações de força haviam se invertido. Novamente, nos 30 anos seguintes, as cartas dos campos petrolíferos passaram a correr o risco de ser redistribuídas.
(Fonte: História Viva Ano II N° 23 Setembro de 2005 – Petróleo – Por Christophe Courau Pág; 68/70)