Alberto Nepomuceno (Fortaleza, Ceará, 6 de julho de 1864 – Rio de Janeiro, 16 de outubro de 1920), músico e compositor cearense. Primeiro compositor e regente do país de tendência verdadeiramente nacionalista.
O mais consistente símbolo da virada de concepção sobre a música brasileira do século 19, a dita do período romântico. É vista como mera imitação dos europeus e simplesmente esquecida, marginalizada. Esta visão distorcida, foi nascida sob condão do modernismo nacionalista concebido por Mário de Andrade.
Nepomuceno foi “precursor” do nacionalismo musical, que escreveu música de “caráter nacional”. Destaca-se sua luta obstinada pelo uso da língua portuguesa nas canções. E indicam que a parte interessante de sua obra são as peças que compôs com as tradições musicais rurais ou urbanas do país.
O autor do tão executado batuque é visto apenas por seu viés nacionalista de formação na Alemanha. No Recife, o contato com Tobias Barreto fez do compositor mais do que um “imitador ou divulgador da música europeia”.
Como os intelectuais da Escola do Recife, Nepomuceno foi um conciliador de sistemas, é assim que podemos melhor compreender o mecanismo por trás da ‘síntese de influências’ ou ‘ecletismo’ apontados em sua música.
O compositor estudou não só com Heinrich von Hezogenberg (1843-1900), amigo de Brahms, mas também com Max Bruch (1838-1920). Quando estudou com Bruch, Nepomuceno eliminou passagens cromáticas que denunciavam a influência de Wagner. Bruch, inimigo ferrenho de Wagner, levou o aluno a fazer outros cortes. Os esforços de Bruch para afastar o aluno da ‘má influência’ de Wagner foram inúteis e levaram ao afastamento de ambos.
Por isso Nepomuceno nunca disse que estudara com Bruch. A real natureza da ligação do compositor com a Filarmônica de Berlim consta em fac-símile de programa de concerto da orquestra em março de 1893 no qual Nepomuceno rege sua Suíte para Orquestra.
(Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda – Brasileira, música)
(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/musica – 1602867 – CULTURA – MÚSICA/ Por João Marcos Coelho – Especial para o ESTADO DE S.PAULO – 7 de dezembro de 2014)