Ademir Marques de Menezes (08.11.1922) Recife (PE). Atacante. Este fato chamou a atenção dos dirigentes vascaínos, que imediatamente procuraram “Seu” Antônio e assinaram contrato com o jovem jogador do Sport. Ademir foi o primeiro jogador brasileiro a exigir luvas – 40 contos – e seu passe custou apenas 800 mil réis. Com 301 gols em 429 partidas, o “Queixada” tornou-se o maior ídolo e artilheiro da história do Vasco, até aparecer Roberto Dinamite. Se observada a média de gols dos dois, entretanto, o Queixada ainda vence (0,70 contra 0,63).
Ademir foi titular absoluto da seleção brasileira, onde ocupava a posição de centroavante, tendo sido o artilheiro da Copa do Mundo de 1950, com nove gols em apenas 6 jogos. Até hoje, nenhum brasileiro marcou mais gols que ele em uma Copa do Mundo. Tivesse o Brasil vencido aquela Copa, e o nome de Ademir seria hoje ainda mais idolatrado. Pela seleção, marcou 35 gols em 41 partidas, com uma das melhores médias de todos os tempos.
Ademir era insuperável nas arrancadas com a bola sob controle (chamadas na época de “rush”) e capaz de concluir com um ou outro pé com grande precisão, raramente perdendo gols em lances de área. Chutava sem tomar distancia da bola, sem mudar o passo, surpreendendo muitas vezes aos goleiros. Toda uma equipe jogava para ele. Os lançamentos eram feitos longos para aproveitar-lhe a corrida, e no Vasco ele teve lançadores fenomenais a alimentá-lo, como Ipojucan e Danilo. Diz-se que com Ademir foi inventada a posição de ponta-de-lança, obrigando técnicos a adotarem novos sistemas para tentar contê-lo.
O período de Ademir no Vasco foi interrompido brevemente quando, em 46, o técnico do Fluminense Gentil Cardoso exigiu que o clube o contratasse. Ficou famosa a sua frase “Dêem-me Ademir que eu lhes darei o campeonato”, o que efetivamente aconteceu. Mas no inicio de 48, Ademir foi contratado de volta pelo Vasco, onde foi o principal goleador das conquistas do legendário Expresso da Vitória, tendo inclusive marcado ambos os gols da vitória por 2×1 sobre o América na final do primeiro campeonato carioca disputado no Maracanã, em 1950. Era também conhecido como o carrasco do Flamengo, no qual quase sempre marcava gols.
Em 1956, voltou ao Sport, onde começou, para encerrar a carreira. Converteu-se ao amadorismo e jogou sua última partida contra o Bahia, que ganhou do Sport por 2-0. Depois da carreira de jogador, chegou a treinar o Vasco da Gama, em 1967. Também trabalhou como comentarista de futebol para a extinta Rádio Mauá e para o jornal o Dia. Em 1996, aos 73 anos, faleceu no Rio de Janeiro, deixando saudades. “Dêem-me Ademir que eu lhes darei o campeonato.”
(Gentil Cardoso, técnico do Fluminense, prometendo um título que conquistaria logo depois, com Ademir Menezes)
Primeiro jogador brasileiro a exigir luvas
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