O primeiro prêmio totalmente dedicado às mulheres do universo musical
Profissionais da música criam 1º prêmio exclusivo às mulheres do segmento
A música pode ser considerada uma das expressões mais democráticas, quando pensamos em consumo. Porém, ao analisar o universo musical, observando os profissionais responsáveis por mover essa engrenagem, a realidade não é tão horizontal assim.
Ao sentir essa diferença na pele e de perto, a jornalista Claudia Assef, a produtora cultural Monique Dardenne e manager Fátima Pissarra deram vida ao prêmio WME Awards by Music2, uma iniciativa que visa valorizar e reconhecer o trabalho das mulheres no mundo da música.
“Com quantas mulheres você já teve oportunidade de trabalhar? ”. Essa foi a pergunta que Monique escutou da Clau em uma palestra, em 2015. O estalo veio no mesmo momento e a produtora começou a pensar em quantas oportunidade poderia ter colocado mais artistas mulheres em cima do palco.
“Quando eu me juntei com a Mô, há 5 anos atrás, para elaborar a plataforma, as estratégias e os pilares, vi nela uma mulher que passou muito perrengue na carreira”, comenta a jornalista. E foi desse encontro que nasceu Women’s Music Event (WME), plataforma de música, tecnologia e negócio a partir da perspectiva das profissionais mulheres.
“Essas mulheres existem, mas não têm visibilidade. Por isso, criamos um banco de profissionais com mais 1000 mulheres de 30 áreas”, comenta Monique sobre uma das frentes da plataforma.
Claudia complementa: “a gente se juntou e pensou ‘vamos acabar com essa palhaçada e fazer alguma coisa que acelere o aumento do protagonismo feminino na indústria da música, que, assim como as outras, é tão infestada pelo machismo e misoginia”.
A partir dessa plataforma que as sócias começaram a sonhar com a criação do prêmio. Com uma vasta experiência e carreira consolidada na área de música e eventos, Fátima – diretora geral de operações e sócia na Music2 e da Mynd – incentivou e deu estrutura para as parceiras tirarem a ideia do papel o quanto antes.
“Foi um encontro muito legal, porque eu vinha de um mercado mainstreaming. E elas vinham de um cenário mais indie. Então, na nossa discussão, além de dar oportunidade à mulher, percebemos uma oportunidade dessa quebra de paradigmas. Existe uma ampliação e transformação de nós mesmas e uma vontade de trazer a mulher como uma gigante por conta de seu trabalho”, explicou a diretora.
Caminhando para a terceira edição, que aconteceu em 3 de dezembro, em São Paulo, o prêmio fura a bolha Rio – São Paulo e coloca em destaque artistas do Brasil inteiro. A explicação para uma lista tão plural está no time de embaixadoras, que é composto por mais de 150 profissionais. A partir das escolhas delas, o público pôde votar em sua candidata favorita nas categorias destinadas ao voto popular. Já outras são exclusivas para o voto técnico.
“Conversamos durante o ano todo. E elas que mandam as indicações. E de lá que extraímos as 5 finalistas de cada categoria. Por isso que mistura tanto a música popular como uma mais alternativa. O background é muito múltiplo”, explica Clau.
Além disso, Gal Costa será a artista homenageada da noite, categoria que já virou tradição da premiação. E para reconhecer o legado deixado por seu trabalho, Beth Carvalho, que faleceu em abril de 2019, também será homenageada.
Quer acompanhar essa celebração do primeiro prêmio totalmente dedicado às mulheres do universo musical? Então, é só ficar conectado no canal fechado TNT para conferir a premiação, que contará com apresentação da cantora Preta Gil e diversos shows.
(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/dinheiro/other – DINHEIRO / CLÁUDIA / Por Ana Carolina Pinheiro – 1° de dezembro de 2019)