Patrícia Rehder Galvão (1910-1962), musa do modernismo, ela foi precoce em tudo. Aos 12 anos, conheceu o diretor do primeiro filme neorrealista brasileiro, Fome (1931), Olympio Guilherme, com quem teve sua primeira experiência sexual. Aos 19, começou um explosivo romance com o escritor Oswald de Andrade, levando-o a terminar seu casamento com a pintora Tarsila do Amaral. Aos 20 anos, militante, incendiou o bairro do Cambuci em protesto contra o governo provisório. E, aos 21, tornou-se a primeira mulher presa no Brasil por motivos políticos, substituindo num comício comunista um amigo estivador, morto em seu braços pela polícia. Essa foi Patrícia Galvão, diva do movimento modernista brasileiro, nascida dia 9 de junho de 1910, em São João da Boa Vista, São Paulo. Em 1928 Patrícia completa o Curso Normal da Escola da Capital e é neste mesmo ano que entra em contato com o grupo da Antropofagia.
Pioneira escritora militante: é dela o primeiro romance proletário publicado no Brasil, Parque Industrial (1931).
Associada à figura da extravagante garota que conquistou o inventor do modernismo e depois virou militante comunista, Pagu, parente de Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro, foi amiga de intelectuais como Borges e Breton. Ela morreu em 1962 e traduziu autores importantes (Ionesco, Arrabal), formando dramaturgos como Plínio Marcos.
Versátil, ela também foi dramaturga – Patrícia Rehder Galvão, a Pagu, também criou para o teatro. Foram peças curtas em um ato, como Fuga e Variações, escrita em 1954. Ela resumiu assim esse seu trabalho: “Jovens colegiais em conflito com os pais, a própria condição, o ambiente, os estudos, os ideais, a religião, a verdade, a liberdade e a coação com o mundo.”
Inspiração. Ao conhecer Tarsila e Oswald, aos 18 anos, ficou tão influenciada por ela que copiou seu estilo de desenho.
Paixão. Pagu e Oswald de Andrade recém-casados, em 1930, uma relação marcada pelo sofrimento por causa da infidelidade do marido.
Engajamento. Capa do primeiro romance proletário brasileiro, Parque Industrial (1931), que Pagu assinou com pseudônimo.
(Fonte: http://www.estadao.com.br – Arte & lazer, Variedades – Antonio Gonçalves Filho – O Estado de S. Paulo 9 de junho de 2010)