Primeiro senador abertamente homossexual da Argentina toma posse
O senador Osvaldo López, que tinha se casado no ano passado com Javier, seu parceiro de muitos anos, na Terra do Fogo (sul), transformou-se nesta quarta-feira no primeiro integrante do Congresso argentino que admitiu publicamente ser homossexual.
Osvaldo López assumiu sua cadeira de senador em substituição a José Martínez, morto recentemente em um acidente de trânsito.
O legislador teve notoriedade ao se casar em outubro passado com seu secretário e militante social Javier Calisaya, na província de Terra do Fogo.
“Estávamos juntos desde 2005 e nossa dinâmica de convivência não mudou muito desde o casamento”, disse nesta quarta-feira em declarações à imprensa, mas completou que com a nova situação se sentem “com maior plenitude e seguros para gozar de todos os nossos direitos”.
O senador antecipou que um de seus principais objetivos na câmara é impulsionar a sanção de uma lei de identidade de gênero.
“Cada qual deve ter a possibilidade de escolher a identidade que sente, que vive, com a qual se sente cômodo e leva sua vida adiante”, afirmou.
Disse estar consciente de que “o Senado é um âmbito tradicionalmente conservador” e lembrou que houve nessa câmara “discursos bastante agressivos contra a lei de matrimônio igualitário”.
A lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovada em julho de 2010 com o apoio do bloco governista do governo federal.
(Fonte: www.noticias.uol.com.br 27/07/11)
Primeiro senador homossexual casado da Argentina luta por direitos iguais
Um defensor dos direitos homossexuais, que luta “pela igualdade” se transformou no primeiro senador homossexual casado na Argentina, o primeiro país da América Latina a habilitar por lei a união entre pessoas do mesmo sexo.
O advogado Osvaldo López, de 39 anos, cumpre suas primeiras horas como senador nacional rodeado de papéis e projetos que planeja impulsionar, entre os quais figura um novo regime de serviços financeiros e a possibilidade que travestis e transexuais possam mudar o nome com o qual foram registrados em seu documento de identidade, explicou nesta quinta-feira à Agência Efe.
López, do partido de centro-esquerda Nuevo Encuentro, representa a província da Terra do Fogo, no extremo sul da Argentina, onde em dezembro de 2009 foi oficializada a primeira união entre pessoas do mesmo sexo graças a um decreto governamental que permitiu que Alex Freyre e José María di Bello se casassem.
Meses depois, em julho do ano passado, o Parlamento argentino aprovou o casamento homossexual como argumento de um forte debate que enfrentou a rejeição da Igreja e de setores políticos conservadores.
López se casou em 10 de outubro do ano passado com seu parceiro, Javier Calisaya, na Terra do Fogo, no que constituiu o primeiro caso de um funcionário da província que se casou com uma pessoa do mesmo sexo, após a sanção da lei.
Ambos se conheceram por sua militância em Ushuaia, capital da Terra do Fogo, e estão juntos desde 2005. O novo senador não descarta inclusive adotar um bebê, tal como a lei habilita, embora reconheça que para isso deverão “adaptar” sua vida à paternidade já que “às vezes a condição de militante e funcionário não permite dar o tempo necessário para um filho”.
A união de López foi um dos cerca de 3 mil casamentos homossexuais que foram celebrados no primeiro ano desde a aprovação da norma, apesar de juízes de alguns registros civis do país se resistiram a realizar a cerimônia.
“Se uma pessoa deve ser condenada ou acusada é pelo que faz na vida pública e não no âmbito privado. Eu nunca andei com um cartaz na testa, mas também não permiti que me discriminassem”, conclui o político que milita desde os 16 anos.
Sua militância fez com que em 2007 assumisse como legislador da Terra do Fogo, cargo que exerceu até nesta quarta-feira, quando assumiu o posto de primeiro senador homossexual casado do país.
Na Argentina há 2,4 milhões de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais, o equivalente a 6% da população (40 milhões de habitantes), o que supõe que 1% dos membros da comunidade homossexual se casou após a nova normativa, segundo dados de entidades do coletivo.
(Fonte: www.noticias.uol.com.br Em Buenos Aires (Argentina) – 27/07/11)