Waldemar Niclevics (1965- ), alpinista brasileiro desde os 15 anos de idade, natural do Paraná, sério, espiritualista, organizado e profundamente interessado pela cultura do povo que vive nos arredores de suas montanhas. Mestre em turismo pela Universidade de Milão, é sócio de uma agência e trabalha como guia de montanha.
Juntamente com Mozart Catão (1962- ), outro alpinista brasileiro, natural de Teresópolis, no Rio de Janeiro, professor de educação física, e recordista mundial de ciclismo em altitude por ter subido de bicicleta os 6 900 metros do Aconcágua, nos Andes, foram os primeiros brasileiros a chegar ao topo do mundo, o monte Everest. O dia 14 de maio de 1995, mais precisamente às 11 horas, 22 minutos, (hora do Nepal), foi histórico para o alpinismo brasileiro. São os primeiros brasileiros a vencer os 8 848 metros do Everest e pisar no topo do mundo. Em 1991, na época no ranking dos melhores alpinistas do país, Waldemar consumiu quatro anos obcecado com a idéia de chegar lá. A primeira tentativa frustrada em 1991 (ele ficou a 344 metros do cume e não pode subir porque o equipamento de oxigênio quebrou, conforme relata em seu livro Tudo pelo Everest) deixou um traço amargo e uma enorme vontade de tentar outra vez, de vencer.
Foi com esta disposição que o alpinista deixou o Brasil no dia 8 de março, levando na bagagem uma enorme bandeira entregue pelo ministro dos Esportes, Edson Arantes do Nascimento, o rei Pelé. A conquista do Everest pelos dois brasileiros, além de um feito histórico para o esporte nacional, é uma odisséia à moda antiga. Os seus ingredientes são a aventura, o desafio e o perigo. Tudo isso temperado por dúvidas, medos e problemas.
Eles participaram de uma expedição de treze alpinistas organizada pelo escocês Henry Todd e foram os primeiros a vencer a montanha.
(Fonte: Revista TERRA Ano 4 – N.º 7 Edição 39 Julho 95 Ed. Azul Pág.19/20/21)