“Príncipe: O que o senhor é deve-se ao acaso de seu nascimento. O que eu sou, o sou por mim mesmo. Príncipes haverá ainda milhares ao longo dos tempos. Beethoven, só um.” Ludwig van Beethoven

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“Príncipe: O que o senhor é deve-se ao acaso de seu nascimento. O que eu sou, o sou por mim mesmo. Príncipes haverá ainda milhares ao longo dos tempos. Beethoven, só um.”

 

Ludwig van Beethoven (Bonn, Alemanha, 16 de dezembro de 1770 – Viena, Áustria, 26 de março de 1827), compositor alemão, uma glória nacional.

Posto ao nível de um dos três gênios máximos da música – Johann Sebastian Bach (1680-1750) e Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) são os seus colegas de Olimpo -, Beethoven conta ainda a seu favor com uma adesão afetiva maior que os outros dois. Multidões se comovem diante de suas obras mais conhecidas – a sonata “Ao Luar”, a sonata “Patética”, a “Quinta Sinfonia” ou a sinfonia “Pastoral” -, porque nelas se encontra um componente dramático ou emocional mais fácil de se identificar.

 

Era um individualista à maneira de Michelangelo – rebelde, ciente de seu gênio – e ao mesmo tempo um humanista, consciente de sua missão a cumprir. Falava em “velar pela humanidade futura”, através de sua música, e afirmou que “meu império está nas nuvens”. Jamais se curvou. Quando seu primeiro mecenas, Lichnowsky, durante a ocupação de Viena pelas tropas napoleônicas, solicitou-lhe um concerto para alguns oficiais franceses, respondeu a seco e por escrito: “Príncipe: O que o senhor é deve-se ao acaso de seu nascimento. O que eu sou, o sou por mim mesmo. Príncipes haverá ainda milhares ao longo dos tempos. Beethoven, só um.” E não deu o concerto.

 

 

(Fonte: Veja, 30 de março de 1977 – Edição 447 – MÚSICA/ Por Olívio Tavares de Araújo – Pág: 104/108)

 

 

 

 

 

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