Queen Elizabeth, um dos mais luxuosos e majestosos representantes da era dos grandes transatlânticos

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“Queen Elizabeth” (1938-1972), um dos mais luxuosos e majestosos representantes da era dos grandes transatlânticos. O “Queen Elizabeth” termina quando ressurgia da ferrugem e do esquecimento com a aparência imponente dos seus dias de glória nos mares da guerra e do turismo internacional. Seus 314 metros de comprimento, 940 camarotes luxuosos, 83 000 toneladas, teatro de 338 lugares, três piscinas; e os registros de quase 2 milhões de passageiros transportados entre 1947 e 1968. Construído em 1938, em estaleiros da Escócia, o “Queen Elizabeth” passaria primeiro pelos anos de guerra. Mais de mil operários, no início de 1939, trabalharam dia e noite na transformação de seu estilo turístico. Os ricos candelabros foram encaixotados. Retiraram-se os luxuosos revestimentos.

Empilharam-se os móveis ainda sem uso. Esvaziaram-se as piscinas, preparadas então para depósito de carga. E assim o “Queen Elizabeth” enganou durante cinco anos os submarinos alemães, merecendo o elogio do primeiro-ministro Winston Churchill, ao lado do “Queen Mary”; “Eles desafiaram a fúria do hitlerismo. A uma velocidade jamais conseguida, transportaram 1 milhão de homens para a defesa das liberdades e da civilização”. Cumprida a missão guerreira, navegaria o “Queen Elizabeth” para seu verdadeiro destino, depois de nova reforma durante o ano de 1946. Ao seu lado, os outros transatlânticos pareciam humildes cargueiros. Só dois lhe faziam concorrência, o também inglês “Queen Mary” e o francês “Normandie” (ambos aposentados como museus e centros de convenções). A década de 60, porém, revelaria adversários mais poderosos.

Também confortáveis e incomparavelmente mais rápidos, os aviões a jato aumentariam suas proporções e romperiam as barreiras da velocidade, até eliminar os gigantescos transatlânticos do turismo internacional. Navegou então o “Queen Elizabeth” para os mares do esquecimento. Vendido em 1968 para um grupo americano, começou a ser preparado para confirmar sua tradição de conforto, tornando-se um hotel de atração turística na Flórida. Antes, porém, seus compradores faliram e em julho de 1971 ele foi vendido a um grupo da China Nacionalista. Dessa vez, seu destino seria tão nobre quanto a do início: com o nome mudado para “S. S. Seawise University”, o “Queen Elizabeth” estava pronto para voltar aos mares como uma escola flutuante. Houve, antes, a explosão de seus tanques de acetileno, provocando um incêndio de mais de 24 horas. Quando começarem os trabalhos de resgate, só restará ao majestoso “Queen Elizabeth” o ferro velho, destino de todos os navios imprestáveis. O “Queen Elizabeth” foi incendiado do dia 9 ao dia 10 de janeiro de 1972, na baía de Hong Kong.

(Fonte: Veja, 19 de janeiro, 1972 – Edição n.° 176 – DATAS – Pág; 54)

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