Raúl Roa Garcia (1907-1982), foi um dos artífices da política externa posta em prática por Havana

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Raúl Roa Garcia (1907-1982), foi um intelectual, político e diplomata cubano. Foi um grande estudioso da obra martiana. É por isso que aos 18 anos escreve seu primeiro artigo titulado Ensaio sobre José Martí, onde pode se observar a maturidade política que ia obtendo durante seu crescimento intelectual.

Em 1926 vai a prisão, pois era um estudante de Direito, ciente da situação política e participa activamente em um protesto contra a intervenção norte-americana na Nicarágua.

Nos anos 30 realiza crónicas referentes ao acontecido na luta estudiantil e operária. Ao surgir o novo Directorio Estudiantil Revolucionário, uma organização com objectivos mais definidos, faz numerosos escritos que demonstram sua posição marxista-leninista e como integrante do mesmo invoca a seus colegas pelo caminho da luta pela liberdade.

Roa, em 1931 passa a ingressar a Asa Esquerda Estudiantil. Nesta organização, bem mais radical, se posiciona mais claramente sobre a necessidade da luta pela soberania de Cuba e na contramão do imperialismo. Neste mesmo ano sofre presídio político. Seus escritos plasman suas firmes ideias em uma insurrección armada.

Sai do Presídio em 1933, onde escreve Manifesto ao povo de Cuba, onde avizora as consequências da mediação. Participa destacadamente na greve geral de 1933 que tumba do poder a Gerardo Machado. Em março de 1935 lança-se às ruas na greve e é apresado e exilado nos Estados Unidos. Ali, reunido com outros jovens como Pablo da Torriente Brau, funda a Organização Revolucionária Cubana Antiimperialista (ORCA).

Sua luta com a escritura e a reflexão continuou junto a todo a processo revolucionário cubano onde, conhecendo o objectivo de Fidel Castro, se converte em um escritor para a Revolução. Neste sentido, dedicou-se a narrar momentos importantes desta nova etapa revolucionária, como a ataque a Girón, a Crise de Outubro, as reuniões da OEA e da ONU.

Ministro das Relações Exteriores de Cuba durante quase duas décadas, foi um dos artífices da política externa posta em prática por Havana nos anos 60, destinada a “exportar” a revolução. Nasceu no dia 18 de abril de 1907, em Havana, Cuba. Antes de deixar o Ministério, em 1976, quando foi eleito vice-presidente da Assembleia Nacional, participou dos primeiros esforços de reaproximação entre Cuba e Estados Unidos. Membro do Comitê Central do PC e conselheiro de Fidel Castro, foi também professor universitário, escritor, jornalista e orador de talento. Raúl Roa morreu no dia 6 de julho, 1982, aos 75 anos, em Havana, Cuba.

(Fonte: Veja, 14 de julho, 1982 – Edição n.º 723 – Datas – Pág; 102)

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