Raymond Queneau (nasceu em Le Havre, França, em 21 de fevereiro de 1903 – faleceu em Paris, em 25 de outubro de 1976), escritor, poeta, ensaísta, humorista, crítico literário e argumentista francês.
Um dos fundadores do movimento surrealista na década de 20, caracterizou-se também como renovador da linguagem literária e da ortografia francesas. Entre os vários livros que escreveu, o mais conhecido é “Zazie no Metrô”, de 1959, posteriormente levado ao cinema.
Filósofo de formação, ex-integrante do movimento surrealista e obcecado por jogos matemáticos, nascido na cidade portuária de Havre, em fevereiro de 1903, em meio a uma família simples, que mantinha um armarinho para sobreviver, Queneau teve uma vida movimentada.
Instalando-se em Paris já no início da década de 20 para estudar filosofia na Sorbonne, participou ativamente do grupo surrealista. Por essa época, andava incomodado com a distância entre o francês falado e o escrito. Queneau criou então o “neofrancês”, tentativa de unir os registros culto e coloquial.
Era um projeto acalentado também pelo romancista Louis-Ferdinand Céline (1894-1961), cujo livro Viagem ao Fim da Noite embaçou um pouco o lançamento do primeiro romance de Queneau, Le Chiendent, de 1933.
Aos poucos, porém, e por causa de sua obra-prima, o autor de Exercícios de Estilo, livro que, publicado em 1947, tendo como pedra de toque o humor, vai se impondo no cenário francês. Em 1958, lançou Zazie no Metrô, filmado em 1960 por Louis Malle (1932-1995). Nesse ano, Queneau inspirou a criação do Grupo Oulipo, interessado em experiências matemático-literárias.
Um dos expoentes do grupo foi Georges Perec (1936-1982), autor de A Vida, Modo de Usar, um maravilhoso romance quebra-cabeça. Fora da França, o Grupo Oulipo encontrou em Italo Calvino (1923-1985), italiano de origem cubana, um de seus maiores seguidores e entusiastas.
Seu romance O Castelo dos Destinos Cruzados, inteiramente montado a partir de jogo de tarô, é um exemplo dessa influência. Isso para não falar que Calvino incluiu um vigoroso ensaio sobre Queneau num livro que, não por acaso, chamou de “Por Que Ler os Clássicos” .
Em Exercícios de Estilo, o francês Raymond Queneau conta o mesmo episódio de 99 maneiras diferentes. A brincadeira começou num dia perdido dos anos 30, quando o escritor pôs uma música do alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750) para tocar na vitrola de seu apartamento, em Paris.
Nela, Bach tecia, em torno de um tema bem simples, uma série de variações, Queneau teve a ideia de sua vida: por que não fazer na literatura aquilo que Bach fizera naquela música? Ou seja, contar a mesma história de inúmeras maneiras diferentes? No início dos anos 40, Queneau começou a colocar em prática a ideia. Estava nascendo Exercícios de Estilo, jogo literário, proposto pelo livro em termos de estilos literários pode ser traduzido para o palco em termos de “gêneros teatrais”, o livro é daqueles que prendem da primeira à última das 99 variações.
Raymond Queneau faleceu em 25 de outubro de 1976, aos 73 anos, em Paris.
(Fonte: Revista Veja, 3 de novembro de 1976 – Edição 426 – DATAS – Pág; 73)
(Fonte: Revista Veja, 8 de novembro de 1995 – ANO 28 – Nº 45 – Edição 1 417 – LIVROS/ Por Gabriel Villela – Pág: 150/151)
(Fonte: www.editora.cosacnaify.com.br/Autor/1123/Raymond-Queneau)