Raymundo Asfóra, advogado, vice-governador eleito da Paraíba, pelo PMDB. Orador brilhante, capaz de incendiar multidões durante os comícios, Asfóra era um homem amargurado e isso muitas vezes transparecia até em público. Sua carreira política começou em 1955 quando elegeu-se vereador pelo antigo PTB. Depois, foi deputado estadual pela mesma sigla e, em 1982, deputado federal com mais de 40 000 votos. A morte de Asfóra encerrou um drama pessoal que vinha se arrastando desde os tempos da campanha eleitoral.
O processo de decadência agravou-se em fevereiro, quando o vice-governador separou-se de sua segunda mulher, Gilvanete, com quem teve quatro de seus sete filhos. Bebendo cada vez mais, Asfóra se isolou da vida política e nem sequer participou da composição do secretariado. Costumava passar as madrugadas nos bares e, em diversas oportunidades, correligionários tiveram que levá-lo para casa, tal o seu estado de embriaguez. Muitos comícios seus foram cancelados devido ao seu avançado grau de embriaguez. O corpo do vice-governador foi encontrado sexta-feira dia 6 de março de 1987, pelo filho Gilbran, e pelo vereador Derivaldo Mendonça. Suicidou-se com um tiro no ouvido, em Campina Grande, Paraíba, aos 56 anos.
(Fonte: Veja, 11 de março, 1987 Edição N° 966 DATAS Pág; 99 Tiro no Escuro/Pag; 39)