A crise do romantismo, com as transformações político-sociais do 2o Reinado, fazem surgir, na prosa de ficção, a tendência à análise do meio provinciano e à caracterização ambiental nos regionalistas Inglês de Souza (O missionário), Franklin Távora (O ermitão de Muquém) e Simão Lopes Neto (Contos gauchescos). Na linha da indagação psicológica, Raul Pompéia aborda, em O Ateneu, o relacionamento entre alunos e professores num repressivo colégio interno. Sob a influência do naturalismo, as personagens de Aluísio Azevedo (O cortiço) representam todos os segmentos sociais. A denúncia e a crítica estão presentes em Adolfo Caminha (O bom crioulo), Domingos Olímpio (Luzia Homem) e, na fase de declínio do gênero, em Henrique Coelho Neto (A muralha). Mais mecanicista e superficial é o romance de Júlio Ribeiro (A carne). Machado de Assis é o escritor mais importante do período.
Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908), de família humilde, é criado no morro do Juramento, Rio de Janeiro. Trabalha a maior parte da vida como funcionário público, mas colabora regularmente com a imprensa da época. Em seus romances e contos da maturidade, aprofunda a análise social e renova-a do ponto de vista da linguagem. Seu humor pessimista e a complexidade de seu pensamento fazem com que Dom Casmurro ou Memórias póstumas de Brás Cubas se afastem da visão simplista de alguns de seus contemporâneos. É considerado um dos maiores romancistas brasileiros.
REALISMO NO BRASIL
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