Renato da Costa Lima (Mococa, 4 de dezembro de 1904 – Mococa, 19 de março de 1993), secretário da Agricultura de São Paulo (governo Lucas Garcez), ex-ministro da Agricultura do governo Juscelino Kubitschek e ex-presidente do IBC e da Organização Internacional do Café.
Presidente da Avisco e da Makro Atacadista, vice-presidente da Copersucar e representante do grupo Rockefeller no Brasil, e ex-diretor da Carteira de Crédito Agrícola do Banespa. Costa Lima foi escolhido pela revista Visão, dia 5 de novembro de 1975, como o Homem de Visão de 1975, por sua destacada atuação em defesa da agricultura brasileira, recebeu o prêmio no Hotel Glória, no Rio de Janeiro.
(Fonte: Veja, 26 de novembro, 1975 Edição n.° 377 DATAS – Pág; 107)
(Fonte: www.srb.org.br/ – 03/11/2008)
Renato da Costa Lima nasceu no dia 4 de dezembro de 1904, em Mococa (SP), filho de Pacífico da Costa Lima e de Clotilde de Meireles Lima.
Em 1935, iniciou a Escola Superior de Agricultura Luís de Queirós (SP), abandonando o curso dois anos depois para dedicar-se aos negócios na fazenda da família. Em 1940, assumiu a gerência da usina Itaiquara, localizada em Tapiratiba (SP). Encontrava-se no exercício dessas funções quando a usina foi visitada pelo empresário Nelson Rockefeller, que, entusiasmado com o ritmo dos trabalhos e com as modernas técnicas utilizadas, confiou-lhe a direção da Empresa de Mecanização Agrícola, a primeira do gênero implantada no Brasil, com capitais norte-americanos. Diretor da Carteira de Crédito Agrícola do Banco do Estado de São Paulo e secretário de Agricultura durante o governo de Lucas Garcez (1951-1955), em 1957 assumiu a presidência da Sociedade Rural Brasileira. Em setembro do ano seguinte, tornou-se presidente do Instituto Brasileiro do Café (IBC).
Costa Lima implementou desde logo uma agressiva política de vendas do café brasileiro, baixando seu preço no mercado internacional, combatendo a especulação e a retenção do produto Em 1959, ordenou a construção das primeiras unidades de armazenamento, dando início ao cumprimento de um plano que previa a edificação de um milhão de metros quadrados para esse fim. Em abril de 1960, baixou resolução criando as primeiras normas de incentivo à implantação de indústrias de café solúvel. Defensor da normalização das relações comerciais com a União Soviética e demais países da Europa Oriental, permaneceu à frente do IBC até junho de 1960, conseguindo comercializar durante sua gestão de menos de dois anos cerca de 120 milhões de sacas de café.
De volta à iniciativa privada, assumiu o cargo de diretor da Companhia Agrícola Usina Jacarezinho, instalada no município paranaense do mesmo nome e voltada para a produção de açúcar. Presidiu também a Avicultura Comércio e Indústria S.A. (Avisco) e dedicou-se à produção de café e à criação de gado nas suas propriedades.
Em julho de 1962, durante o período parlamentarista do governo de João Goulart (1961-1964), foi nomeado ministro da Agricultura pelo primeiro-ministro Francisco de Paula Brochado da Rocha, o qual renunciou em 14 de setembro desse mesmo ano. Costa Lima, entretanto, permaneceu em seu cargo compondo o gabinete de Hermes Lima, escolhido primeiro-ministro quatro dias depois. Depois do plebiscito que restabeleceu o presidencialismo (6/1/1963), Goulart recompôs seu ministério no final de janeiro, quando Costa Lima deixou a pasta. Durante sua gestão, criou a Superintendência Nacional do Abastecimento (Sunab), a Companhia Brasileira de Armazenamento (Cibrazem) e a Companhia Brasileira de Alimentos (Cobal).
Ainda em 1963, Costa Lima afastou-se também da presidência da Sociedade Rural Brasileira e reassumiu a presidência da Avisco. Renato Costa Lima tornou-se um dos mais prósperos empresários dos setores da agropecuária e agroindústria do país.
(Fonte: www.cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/biografias/renato_da_costa_lima)
[Fonte: Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001]