Cofundador da March e com passagens por F1, Indy e até futebol
Robin Herd, foi um dos fundadores da March
Equipe de F1 se destacou desde os anos 1970 até fim dos anos 1980, com grandes nomes do automobilismo fazendo parte do time
Robin Herd (Newton-le-Willows, Reino Unido, 23 de março de 1939 – 4 de junho de 2019), engenheiro, designer e empresário inglês, nome importante do automobilismo, que fez parte de três escuderias da categoria máxima entre as décadas de 1960 e 1980.
O inglês de Oxford teve passagem marcante com chassi na Indy, dirigindo clube de futebol, mas foi como cofundador da March, na F1, que mais se destacou.
Nascido em 1939, Robin Herd se formou pela Universidade de Oxford em engenharia e física. Ele se juntou ao Royal Aircraft Establishment, onde trabalhou no projeto Concorde. No entanto, ele desenvolveu um interesse no automobilismo, quando em 1965 foi oferecido a ele um emprego por Bruce McLaren.
O primeiro trabalho de Herd foi projetar o M2A. O carro fez sua estreia em Mônaco em maio de 1966, mas não deu certo por ter um motor Ford pesado, que tinha suas raízes na Indy 500. A McLaren optou pela BRM em 1967, mas quando a temporada começou, o prometido V12 não estava disponível. Em vez disso, a equipe teve que rodar um V8 menor de 2,1 litros no chassi M4B convertido de Herd.
Herd projetou o chassi do M7A para 1968, mas deixou a equipe para trabalhar com a Cosworth. Nas mãos de seu antigo assistente, Gordon Coppuck, o M7A foi transformado em um carro vencedor de corridas, com três triunfos naquele ano.
Herd foi contratado para criar um protótipo do 4WD para a Cosworth, que foi testado, mas no final das contas nunca correu. Então, no início de 1969, trabalhou brevemente para Frank Williams, na Brabham.
Herd chegou perto de unir forças com Bernie Ecclestone e Jochen Rindt para formar uma equipe de F1, mas em vez disso, naquele ano, ele se juntou a Max Mosley, Alan Rees e Graham Coaker para formar a March Engineering. Seu primeiro carro foi o F3 693, em 1969.
Apesar do início discreto, Herd e seus colegas tinham grandes ambições, e quando anunciaram que estavam criando um carro de F1 em 1970, houve certo ceticismo.
No entanto, na abertura da temporada na África do Sul havia cinco Marchs no grid – três oficiais para Mario Andretti, Chris Amon e Jo Siffert, e dois para Jackie Stewart e Johnny Servoz-Gavin de Ken Tyrrell, que havia saído da Matra. Incrivelmente, Stewart conquistou a pole para essa corrida e na segunda etapa na Espanha conquistou a primeira vitória da marca.
Enquanto isso, a March se expandiu rapidamente na F2 e F3, e até mesmo construiu carros na CanAm e Formula Ford.
A March continuou com uma equipe de sucesso na F1, enquanto fornecia carros a clientes, especialmente Frank Williams. Ronnie Peterson terminou em segundo lugar no campeonato mundial de 1971, apesar de não vencer corridas, enquanto que no mesmo ano Niki Lauda fez sua estreia. Em 1973, James Hunt fez sua primeira corrida.
Em 1975 a equipe oficial finalmente ganhou uma prova, com Vittorio Brambilla triunfando em uma corrida encurtada pela chuva na Áustria, com apenas metade de pontos ganhos. No ano seguinte, Peterson retornou e logo se tornou um favorito, conquistando uma vitória indiscutível em Monza.
Em 1977, a March foi vendida para a ATS. No entanto, seus negócios com clientes continuaram a prosperar. A partir de 1981, a empresa deu grandes passos na Indy, enfrentando a rival de longa data, a Lola, e suprindo equipes como a de Roger Penske. O chassi da March venceria a Indy 500 de 1983 a 1987 nas mãos de Tom Sneva, Rick Mears, Danny Sullivan, Bobby Rahal e Al Unser. Adrian Newey foi um dos muitos engenheiros jovens que ganharam experiência valiosa sob a orientação de Herd.
Em 1981, a March retornou à F1 em parceria com a equipe de John McDonald, mas com pouco sucesso. Em 1987, Herd se uniu com a Leyton House.
Por fim, a March teve problemas financeiros e, depois que Herd vendeu sua parte, ele montou seu próprio negócio de consultoria. Seu último envolvimento ativo no esporte foi com uma equipe na IRL no final dos anos noventa. Depois, ele se concentrou em outros interesses comerciais e durante algum tempo foi presidente do Oxford United FC.
(Fonte: https://motorsport.uol.com.br/f1/news – F1 / NOTÍCIAS / FÓRMULA 1 / Por: Adam Cooper – 6 de jun de 2019)
Nascido em 23 de março de 1930, graduou-se engenheiro em Oxford e aos 31 anos, em 1961, já trabalhava na área de aeronáutica. Foi um dos responsáveis pelo projeto do sensacional avião supersônico Concorde, focado na área de Computational Fluid Dynamics (CFD). Fez parte do projeto por quatro anos e trocou as aeronaves pelos carros de corrida, que voavam mais próximos ao solo.
Em 1965, alertado por Alan Rees de que havia vagas disponíveis numa nova organização que se chamava Bruce McLaren Motor Racing, Herd assumiu o posto de engenheiro na equipe fundada por Bruce McLaren para estrear na Fórmula 1 em 1966. Fez o primeiro carro, o M2A, com o uso de um material compósito chamado Mallite, para dar mais rigidez e resistência à estrutura do chassi.
O M2B, carro com que a McLaren estreou no GP de Mônaco, primeiro daquela temporada, também foi construído em monocoque de Mallite e Alumínio, passando então para os projetos mais evoluídos como os modelos M4B, M5A e M7, usados até 1968, quando deixou a equipe – não sem antes projetar o belíssimo M6A Protótipo para a Série Can-Am.
Projetou para a Cosworth um Fórmula 1 com tração nas quatro rodas e foi chamado por Frank Williams para atualizar um chassi Brabham BT26 entregue a Piers Courage, antes que se associasse ao amigo Alan Rees, a Graham Coaker e a Max Mosley para fundar a March Engineering.
Os carros do construtor britânico – com suas frentes “limpa-trilhos” ou de “nariz grávido”, como alguns costumavam apelidar – ganharam espaço em todas as categorias que vocês puderem imaginar – de monopostos a Protótipos. Na categoria máxima, foram três as vitórias – uma com Jackie Stewart (Espanha/1970), outra com Vittorio Brambilla (Áustria/1975) e depois com Ronnie Peterson (Itália/1976).
E se houve momentos de glórias e domínio em várias categorias, a March experimentou também períodos de profundo descrédito. No campeonato de 1977 da Fórmula 1, foram incapazes de oferecer material competitivo a Alex Dias Ribeiro e Ian Scheckter, incinerando a carreira dos dois. Principalmente porque grande parte do investimento foi destinado a um projeto ineficaz: o March 2-4-0, concebido com quatro rodas motrizes na traseira.
O problema de Alex com a equipe, contudo, não passava por Herd, de quem nunca desgostou – e sim com Max Mosley, que julgava o brasileiro um piloto incapaz de estar ali.
Quem já leu o livro “Mais Que Vencedor” sabe que Alex recebeu uma missiva de seu patrão que lhe dizia as maiores barbaridades, deixando o ego do piloto ao patamar mais próximo possível do chão.
Entre idas e vindas, a March competiu na Fórmula 1 em três períodos – o primeiro entre 1970 e 1977; o segundo entre 1981 e 1982; e o terceiro e último, entre 1987 e 1993. Mas aí Herd já havia vendido a companhia – não sem antes ter um curto período como diretor técnico da ATS, em 1978.
A marca cofundada por Robin disputou 197 GPs, alcançando, além de três corridas, cinco poles, sete recordes de volta em prova e 21 pódios.
O último projeto de Herd para a Fórmula 1 foi o modelo 821, guiado inclusive pelo brasileiro Raul Boesel. Nessa mesma época, a companhia ganhou um outro ótimo mercado de vendas: a Indy. O construtor de Bicester foi rivalizar com a Lola, inclusive com vitórias nas 500 Milhas entre 1983 e 1987, sem contar inúmeros triunfos noutras corridas da série ianque – afora Fórmula 2, Fórmula 3, IMSA e World SportsCar Championship.
Após a venda da March para a Leyton House em 1989, Herd montou um escritório de design, abandonando temporariamente o automobilismo ao se tornar dono e CEO de um clube de futebol – o Oxford United. Sua última tentativa no esporte a motor aconteceria em 1998 na IRL, mas ele não alcançou êxito.
(Fonte: https://rodrigomattar.grandepremio.com.br/2019/06 – A MIL POR HORA / Por RODRIGO MATTAR – 6 de junho de 2019)