Ricardo Della Rosa (São Paulo, 1968 – 2 de abril de 2015), diretor de fotografia, um dos principais cinematógrafos brasileiros, responsável pela direção de fotografia de filmes como “Casa de Areia” (2005) e “À Deriva” (2009).
Ex-surfista, desenhista de pranchas e fotógrafo do esporte, Della Rosa transformou-se quando foi conhecer o trabalho de um tio, diretor de uma produtora de filmes publicitários. Ao chegar à locação e se ver iluminado pelo set do diretor de fotografia, decidiu seguir aquele caminho como profissão. Vendeu o carro, juntou economias e foi estudar na UCLA (Universidade da Califórnia), em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Foi assistente de László Kovács, diretor de fotografia do clássico “Sem destino” (“Easy rider”, 1969). De volta ao Brasil, começou a trabalhar com publicidade. Fez sua estreia no cinema com “Olga” (2004), de Jayme Monjardim.
Por “Casa de Areia” (2005), de Andrucha Waddington, filmado nos lençóis maranhenses, recebeu o Sapo de Bronze no ano seguinte, no festival Cameraimage, na Polônia, um dos mais importantes do mundo. Trabalhou com Hector Babenco em “O passado” (2007).
Fez também “À deriva”, (2009), de Heitor Dhalia, voltando a trabalhar com Waddington em “Lope” (2010). Seu currículo inclui outras produções como “O homem do futuro” (2011) e “Os penetras” (2012). Seu derradeiro trabalho no cinema foi em “Rio, eu te amo” (2014).
Nascido em 1968, em São Paulo, Della Rosa teve seu primeiro contato com o meio audiovisual ao conhecer o trabalho de um tio, que era diretor de uma produtora de filmes publicitários. Encantou-se com o trabalho e resolver ser diretor de fotografia. E para isso vendeu seu carro e se mudou para Los Angeles, matriculando-se na UCLA (Universidade da Califórnia).
Aprimorou sua técnica como assistente do famoso cinematógrafo László Kovács (“Sem Destino”) e voltou ao Brasil para trabalhar com publicidade. Sua primeira experiência com o cinema foi com o curta-documentário “Recife de Dentro para Fora” (1997), dirigido por Kátia Mesel, baseado num poema de João Cabral de Melo Neto.
Depois disso, firmou uma parceria importante com o cineasta Andrucha Waddington, iniciada nos documentários musicais “Outros (Doces) Bárbaros” (2002), sobre o reencontro do quarteto formado por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia após a famosa turnê “Doces Bárbaros” dos anos 1970, e “Os Paralamas do Sucesso – Longo Caminho” (2002), registro do primeiro show de Herbert Vianna após o acidente que o deixou paraplégico.
Sua estreia em longas-metragens de ficção foi com o filme “Olga” (2004), do diretor Jayme Monjardim (“O Tempo e o Vento”), cinebiografia de Olga Benário (Camila Morgado), esposa do líder comunista Luís Carlos Prestes (Caco Ciocler), cujo destaque era justamente a fotografia.
O maior reconhecimento, porém, veio com seu reencontro com Waddington, no primeiro filme de ficção da parceria, “Casa de Areia” (2005), drama sobre mãe e filha (interpretadas por Fernando Montenegro e Fernanda Torres) que vivem numa casa isolada. Filmado nos lençóis maranhenses, o filme rendeu a Ricardo o Sapo de Bronze no Festival Cameraimage, na Polônia, um dos mais importantes do mundo. Depois disso, a dobradinha com Waddington se repetiria outras três vezes: na cinebiografia “Lope” (2010), na comédia “Os Penetras” (2010), no DVD “Criolo & Emicida – Ao Vivo” (2013) e na antologia “Rio, Eu Te Amo” (2014), seu último crédito cinematográfico.
Ricardo Della Rosa também trabalhou com o cineasta Hector Babenco em “O Passado” (2007), sobre a relação de um casal que resolve se separar depois de passar 12 anos juntos, e com Heitor Dhalia em “À Deriva” (2009), drama de época estrelado pelo ator francês Vincent Cassel (“Irreversível”), que também se destacou pela bela fotografia.
São dele ainda as imagens da comédia sci-fi “O Homem do Futuro” (2011), estrelada por Wagner Moura (“Tropa de Elite”), do drama “Os 3″, de Nando Olival (“Domésticas”), da comédia “Amanhã Nunca Mais” (2011), protagonizada por Lázaro Ramos (“Cidade Baixa”), o trabalho de cinegrafia adicional de “Ensaio sobre a Cegueira” (2008), de Fernando Meirelles (“Cidade de Deus”), e o visual do curta-metragem publicitário “Eduardo e Mônica – O Filme” (2011), que fez sucesso na internet na época do seu lançamento.
Della Rosa também teve passagem por Hollywood, trabalhando no thriller “A Sombra do Inimigo” (Alex Cross, 2012), dirigido por Rob Cohen (“Triplo X”), baseado na franquia de livros do personagem Alex Cross, criado pelo escritor James Patterson.
Em seu Twitter, o diretor Fernando Meirelles, proprietário da O2 Filmes, que produziu alguns dos trabalhos do cinematógrafo, afirmou que “Della Rosa era um homem fora do normal como pessoa e como fotógrafo” e ainda completou dizendo que “perdemos o Ricardo e hoje o cinema brasileiro perdeu sua luz”.
Ricardo Della Rosa faleceu em 2 de abril de 2015, vítima de câncer.
(Fonte: http://pipocamoderna.virgula.uol.com.br/ricardo-della-rosa-1968-2015/416049 – Publicado em 07 abr 2015 por Daniel Medeiros)
(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/filmes -15766018#ixzz3XGOUikbS – CULTURA – FILMES – POR O GLOBO – 02/04/2015)
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