Richie Ginther foi o primeiro piloto a dar à Honda uma vitória na Fórmula 1
(Richie Ginther ao lado de Jim Clark em 1966 — Foto: Getty Images)
Americano correu também por Ferrari, BRM e Eagle; era considerado excelente piloto de testes e acertador de carros; alcançou 14 vezes o pódio e fez três vezes a volta mais rápida
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Richie Ginther (nasceu em 5 de agosto de 1930, em Granada Hills, Los Angeles, Califórnia – faleceu em 20 de setembro de 1989, na França), foi um dos pilotos americanos mais importantes dos anos 1960. Conhecido como um excelente piloto de testes e acertador de carros, Ginther entrou para a história por ser o primeiro piloto na história da Fórmula 1 a vencer uma corrida com um carro empurrado por um motor Honda e calçado com pneu Goodyear.
O baixinho Ginther iniciou sua trajetória na Fórmula 1 em 1960, e logo como piloto da Ferrari, ao lado do compatriota Phil Hill. No primeiro ano, Ginther já subiu ao pódio ao completar a dobradinha da equipe italiana em Monza – vitória de Hill.
Ginther continuou na Ferrari em 1961 e teve nas mãos o excelente modelo 156, conhecida pelo bico de tubarão. Logo na primeira prova foi o segundo colocado em Mônaco. A despeito de ter alcançado outros dois terceiros lugares, não foi páreo para Hill e Wolfgang von Trips e terminou apenas em quinto no campeonato.
Em 1962, passou a correr pela britânica BRM e teve uma temporada de altos e baixos. Com um terceiro lugar na França e um segundo na Itália, Ginther ficou em oitavo na tabela. Mas na temporada de 1963, o americano fez um campeonato bem mais regular e foi terceiro empatado com Graham Hill, com oito pontuações em dez corridas, sendo cinco no pódio (três segundos lugares).
Depois de outro ano bastante razoável na BRM, com mais dois segundos lugares e uma quinta posição na tabela, Ginther aceitou o desafio de ser piloto oficial da Honda, que faria em 1965 sua primeira incursão na Fórmula 1.
Num ano marcado por dificuldades normais de confiabilidade do conjunto carro/motor, Ginther alcançou dois sextos lugares (Bélgica e Holanda). Foi aí que, quando menos se esperava, veio a histórica vitória. Para ele e para a Honda.
GP do México, prova de encerramento da temporada. Ginther conseguiu um ótimo terceiro lugar no grid de largada, a 0s31 do pole position Jim Clark, com Dan Gurney em segundo com a Brabham. Logo na largada, o americano levou a Honda ao primeiro lugar e liderou de ponta a ponta.
Na altitude da Cidade do México, o motor Honda segurou as pontas até o fim, enquanto o Climax da Lotus de Jim Clark e da Brabham de Jack Brabham e o BRM de Graham Hill explodiram, e a embreagem de Jackie Stewart quebrou. Era a dedicação de Ginther nos testes dando resultado. Foi também a primeira vitória de um carro com pneu Goodyear na F1.
Em 1966, o regulamento da F1 mudou, e os motores passaram a ser de três litros. Com isso, a Honda se retirou da categoria até que seu novo propulsor ficasse pronto, e Ginther disputou apenas as duas primeiras provas do ano, com um pouco competitivo Cooper-Maserati.
Nas três provas finais, já com o novo carro da Honda, Ginther emplacou um quarto lugar no México. Em 1967, Richie chegou a tentar se classificar para o GP de Mônaco com um Eagle-Weslake da equipe do compatriota Dan Gurney, mas não se classificou e decidiu se aposentar.
Richie Ginther ao lado de Dan Gurney em 1967, em Mônaco — Foto: Getty Images
Richie Ginther ainda comandou uma equipe de americanos nas 24 Horas de Le Mans de 1971, mas depois ficou afastado do automobilismo até enfrentar alguns problemas de saúde e morrer em 1989. Na Fórmula 1 foram 52 largadas, uma vitória e 14 pódios.
Richie Ginther faleceu no dia 20 de setembro de 1989, de infarto, enquanto passava férias na França, aos 59 anos.
(Créditos autorais: https://ge.globo.com/motor/formula-1/blogs/f1-memoria/post/2019/09/20 – Globo/ MOTOR/ FÓRMULA 1/ Por Fred Sabino* – Rio de Janeiro –
* Repórter do Grupo Globo e produtor do quadro Histórias da F1