Rigoberto Soler Gisbert, engenheiro espanhol, trabalhou na DKW-Vemag e na Willys Overland do Brasil.

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Rigoberto Soler Gisbert, engenheiro espanhol radicado no Brasil, trabalhou na DKW-Vemag e na Willys Overland do Brasil. Nas duas montadoras tentou emplacar dois projetos que não passaram da fase de protótipo. Na primeira, uma perua utilitária e na outra, um cupê esportivo, maior que o Interlagos e que teria o motor 2600 do sedã Aero. O conceito já tinha até o nome de Capeta, mas também não foi para a frente.

Soler mudou-se para a Brasinca S.A., fabricante de carrocerias para ônibus e caminhões que produziu a cabine do primeiro caminhão brasileiro, o FNM. Nunca havia fabricado automóveis, mas aceitou a idéia do seu novo chefe de Engenharia de Produtos. Soler tentava e conseguia produzir o seu terceiro projeto, um cupê esportivo de alta cilindrada e desempenho idem.

O esportivo de Soler tinha capô longo, cabine recuada e teto de estrutura “targa”, completada pelos vidros que completavam a forma do cupê. A frente era baixa, com os faróis redondos, grade e piscas nas extremidades. No interior, painel de console largo, de madeira jacarandá, com sete instrumentos e volante de três braços. Os bancos eram reclináveis. Em vez de um chassi já conhecido, foi adotado um monobloco com vigas ocas, tipo caixa, de chapas de aço finas e resistentes. A carroceria também era construída em aço, moldada à mão, uma particularidade. O motor de alta cilindrada desejado por Soler foi emprestado dos caminhões Chevrolet Brasil: seis cilindros em linha e 4.271 cm3, que, com a adição de mais dois carburadores feita por Soler, passaram a render 155 cv de potência bruta. A suspensão dianteira tinha braços desiguais sobrepostos e a traseira de eixo rígido (ambas com mola helicoidal). Os freios eram a tambor, para serem nacionais e não fugir da proposta nacionalista do carro. Finalizando, os pneus eram 175/40 com rodas de aro 15. Pelo seu porte e a proposta nacionalista, foi chamado de Uirapuru, mas a cilindrada definiu o seu nome oficial: Brasinca 4200GT. Antes de chegar ao modelo definitivo, o Uirapuru foi o primeiro automóvel brasileiro a passar pelo teste de túnel de vento, no Instituto de Tecnologia de Aeronáutica (ITA), ainda em escala 1:4. Também ultrapassou os 200 km/h no autódromo de Interlagos e alcançava os 10,4 segundos na aceleração de 0 a 100 km/h.

Em 1964 foi finalmente apresentado no IV Salão de Automóvel de São Paulo, ironicamente, junto com outro projeto de Rigoberto Soler que não vingou, o Capeta. No ano seguinte, chegou ao mercado, divulgado como o único Grã Turismo fabricado no Brasil e vendido sob encomenda e com uma pequena produção de 50. Achando o número baixo demais, a Brasinca abandonou o projeto e vendeu os direitos para a STV, dirigida por Soler. Na nova casa, o nome Uirapuru foi oficializado. Chegou a ganhar uma pequena reestilização nos faróis e uma versão “camburão”, em formato de perua, com carroceria blindada, para a Polícia Federal. Em 1967, deixou de ser produzido após 76 unidades.

(Fonte: http://www.fotolog.com.br/guscar2/15575810 – HISTÓRIA RÁPIDA – BRASINCA 4200GT – UIRAPURU – Gustavo Carmo)
(Fonte: http://www2.uol.com.br/bestcars/classicos/brasinca-1 – HISTÓRIA RÁPIDA – BRASINCA 4200GT UIRAPURU/ Por Gustavo Carmo)

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