Rita Levi-Montalcini, neurologista vencedora do Prêmio Nobel de medicina em 1986

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Nobel de Medicina Rita Levi-Montalcini

Neurologista realizou pesquisas durante regime fascista.

Vencedora em 1986, Rita era conhecida como “Dama das células”.

Rita Levi-Montalcini (Turim, na Itália, em 22 de abril de 1909 – Roma, 30 de dezembro de 2012), cientista e senadora italiana, neurologista vencedora do Prêmio Nobel de medicina em 1986

A neurologista italiana recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina de 1986 pelos seus estudos sobre o sistema nervoso

Nascida em Turim, na Itália, em 22 de abril de 1909, de pai engenheiro e mãe artista, ela começou a estudar medicina aos 20 anos. Contudo, a promulgação de leis raciais impediu a jovem italiana de origem judia de continuar a se especializar em neurologia e psiquiatria.

Rita ficou conhecida como a “Dama das Células” devido a contribuições na compreensão dos mistérios das células, e conduziu sua pesquisa em segredo durante a perseguição fascista e a invasão nazista, se tornando uma das principais cientistas de seu país.

Durante a guerra, Rita improvisou um laboratório em sua cozinha e depois em casa na zona rural Piemonte, onde fazia experimentos com embriões de galinha.

Seus resultados, embora realizados em condições precárias, lhe renderam em 1947 um convite para a Universidade de Washington, em St. Louis, Missouri.

Ela permaneceu lá por 30 anos, dando continuidade a sua carreira como pesquisadora e professora, dirigindo o Instituto de Biologia Celular do Centro Nacional de Pesquisa de Roma.

Em 1986 ela recebeu o Prêmio Nobel de Medicina, junto com Stanley Cohen, por sua pesquisa sobre o crescimento de células neurais.

Os trabalhos realizados por Levi-Montalcini ajudaram no entendimento de diversas condições de saúde, incluindo tumores, desenvolvimento de malformações e demência senil.

Rita Levi-Montalcini morreu em 30 de dezembro de 2012, aos 103 anos, na sua casa, em Roma.
(Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/12 – Do G1 em São Paulo com agências internacionais – MUNDO – 30/12/2012)

 

 

 

 

 

Rita Levi-Montalcini, a grande dama da ciência italiana

Prêmio Nobel da Medicina de 1986, co-descobridora do fator de crescimento NGF

Infatigável, a cientista nascida em Turim a 22 de Abril de 1909 numa família judia sefardita (pai engenheiro, mãe pintora), foi nomeada em agosto de 2001 senadora vitalícia pelo então Presidente da República italiana Carlo Ciampi, pelos seus “grandes méritos no campo científico e social”. Ela não parava. “Vou muito bem, física e moralmente, e nunca trabalhei com tanto entusiasmo como neste último período da minha vida”, garantia no seu 101º aniversário, meses depois de ter partido um fêmur.

Membro das mais prestigiadas academias científicas internacionais, como a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos ou a Royal Society no Reino Unido, Rita Levi-Montalcini foi a primeira mulher italiana galardoada com um Nobel científico e também a primeira a ser admitida na Academia Pontifícia de Ciências.

A investigação científica que lhe valeu o Nobel da Medicina de 1986, partilhado com o norte-americano Stanley Cohen, que com ela trabalhou na década de 1950 na Universidade Washington em St Louis (Missouri, EUA), foi a descoberta de uma proteína importante para o crescimento, manutenção e sobrevivência dos neurónios – um factor de crescimento. Na verdade, foi o primeiro de muitos outros factores de crescimento a ser descrito, e recebeu o nome de NGF (nerve growth factor).

Esta proteína evita ou pelo menos reduz a degeneração celular, e problemas na sua produção podem estar relacionados com várias doenças em que são afectadas as células nervosas, como Alzheimer, esclerose múltipla, demências e esquizofrenia. O factor de crescimento NGF pode também desempenhar papéis importantes nas doenças cardiovasculares.

“A minha inteligência? Um pouco acima de medíocre. Os meus únicos méritos foram empenho e optimismo”, disse Rita Levi-Montalcini, cujo leve sorriso era uma imagem registada. Foi a galardoada com o Nobel que mais tempo viveu, até agora.

Rita Levi-Montalcini, no entanto, teve de enfrentar a vontade do pai para se tornar cientista: não era uma coisa comum uma rapariga inscrever-se em Medicina na Universidade de Turim. Mas ela conseguiu e saiu de lá com o curso feito em 1936.

Pouco tempo depois, no entanto, teve de deixar Itália, por causa das leis raciais do ditador Mussolini, porque a sua família era judia. Foi para a Bélgica, e ainda voltou para Itália, mas não tinha condições para trabalhar, e arriscava a deportação para os campos da morte. Após a guerra, recebeu um convite para trabalhar nos EUA – onde fez a sua carreira científica. Só voltou a viver em Itália em 1977, depois de se reformar.

Esteve na origem da criação, em 2002, do Instituto Europeu de Investigação sobre o Cérebro (EBRI, na sigla em inglês), com sede em Roma; presidia a uma fundação com o seu nome, criada em 1992 e que tinha por objetivo financiar os estudos de mulheres africanas, na Etiópia, no Congo e na Somália.

No regresso a Itália e ao continente europeu, foi coberta de elogios, que ontem se repetiram em Roma. Muitos políticos recordam-na com palavras bonitas. Mario Monti, o primeiro-ministro cessante, fala de uma mulher carismática e tenaz, que lutou toda a vida para defender os valores em que acreditava. “Representou a consciência civil, a cultura e o espírito de investigação do nosso tempo. Soube juntar o rigor científico com o nível máximo de humanidade”, disse Gianni Alemanno, presidente da Câmara de Roma.

(Fonte: http://www.publico.pt/ciencia/noticia – CIÊNCIA/ Por Clara Barata – 30/12/2012)

(Fonte: http://zip.net/blqTX4)

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